Costa e Silva lamenta “críticas ao Turismo” e lembra que são as “médias e grandes empresas” que agregam valor a Portugal 

“Só se trabalharmos em conjunto é que vamos superar os problemas que o país tem”. A declaração é de António Costa e Silva, ministro da Economia e do Mar, que se refere ao Turismo como sendo “uma área excelente e demonstrativa daquilo que o país pode fazer: é instrumento fundamental para o desenvolvimento económico e um pilar da economia do país”.

O atual chefe da pasta da Economia e do Mar, que falou esta quinta-feira, 7 de julho, na sessão de apresentação do balanço do Plano de Ação “Reativar o Turismo. Construir o Futuro” (PRT), um ano após a sua implementação, lamentou o “preconceito que existe” em Portugal contra as coisas que funcionam bem, referindo-se uma vez mais ao Turismo: “Em vez de usarmos as coisas que funcionam bem para pôr as outras a funcionar melhor, não: usamos as coisas que funcionem bem para tentar puxar o país para baixo”. Apesar de demonstrar otimismo com o crescimento do setor, considerando que atingir os 19,1 mil milhões de euros, no final do ano, seria muito positivo, Costa e Silva não deixou de notar que “as margens das empresas não são as mesmas”, sendo essencial “trabalhar e desenvolver” todos os apoios possíveis para termos empresas fortes: “Muitas vezes, as pessoas não entendem que somos dos países da Europa que tem o nível mais baixo de capital por trabalhador nas empresas: sem capital não há desenvolvimento económico”. E, por isso, os discursos contra o “capital ou contra as grandes empresas” têm de ser derrotados do ponto de vista das ideias: “São as médias e grandes empresas que agregam valor, que puxam todas as fileiras e que desenvolvem todas as atividades”, vinca.

Desta forma, “precisamos de um Banco de Fomento forte para que todos os setores da economia funcionem bem”: desde logo a “questão da capitalização”, defende o ministro, lamentando, de igual forma,  os “ataques ao setor” do Turismo quando as empresas são apoiadas: “É triste (…) é o país que temos em múltiplos setores”. Ainda assim, Costa e Silva não deixa de sublinhar a importância de se “lutar” contra essas ideias: “O Turismo é um setor estratégico do país e o Banco de Fomento existe para capitalizar setores estratégicos”. Neste aspeto da banca, o dirigente chamou ainda a atenção para a importância de se “normalizar” o sistema financeiro: “Temos uma banca saudável, mas não investe em projetos de longo e médio prazo”.

Outra característica que o setor do Turismo apresenta é a sua transversalidade: “É um instrumento de coesão social e, ao contrário de outros que são mais confinados, consegue puxar pelas outras fileiras, como a agroindústria ou os transportes”. Para Costa e Silva, o exemplo do turismo pode ser uma “locomotiva” para puxar todas as outras atividades: “Em vez de se criticar o Turismo, é criar condições para que (ele) nos territórios e a nível nacional, consiga articular as várias áreas e projetá-las para o futuro”. Do ponto de vista de “coesão territorial”, o ministro da Economia e do Mar destaca o “trabalho entre as regiões e entidade”, diminuindo-se as assimetrias: “Temos de usar o Turismo para ser uma locomotiva das microecónomias regionais e fomentar o desenvolvimento regional”, sucinta.

Para o ministro, o Turismo assume-se assim como  um pilar fundamental da transformação sustentável e energética que o país vai fazer ao longo dos próximos anos: “O turismo é a melhor ferramenta para projetar Portugal no mundo”, remata.