Costa elogia resultados da aplicação da taxa turística em Lisboa

O primeiro-ministro saiu hoje em defesa dos resultados da aplicação da taxa turística de Lisboa para a sustentabilidade do crescimento do turismo, afirmando que permite simultaneamente a revalorização do património histórico e a renovação da oferta cultural.

António Costa falava no final da cerimónia de apresentação do projeto para a instalação da exposição permanente das jóias da coroa no Palácio Nacional da Ajuda – obra que conclui alas inacabadas do plano inicial de há dois séculos deste monumento e que será concluída em dezembro de 2018.

Após intervenções do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, e do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, o líder do executivo respondeu às críticas formuladas num passado recente à aplicação de uma taxa turística na capital do país.

“Este mecanismo da taxa turística e do fundo de desenvolvimento do turismo permite devolver ao setor a receita por si gerada, de forma a que isso, depois, possibilite a valorização do nosso património. Ao valorizar-se o nosso património, estamos também a criar nova atratividade e o desenvolvimento do próprio setor do turismo”, sustentou.

Na sua intervenção, António Costa também defendeu que a parceria em Lisboa (entre administrações central e local e Associação de Turismo de Lisboa) explica em parte o elevado crescimento de procura turística na cidade.

“O turismo em Portugal já não é praia e campo. O turismo representa já 15 por cento das exportações nacionais, tendo aumentado na ordem dos 10 por cento este ano”, apontou.

Para o crescimento do turismo ser sustentável, de acordo com o primeiro-ministro, “é preciso que haja renovação da oferta, designadamente a partir da valorização do nosso património histórico”.

Nesse sentido, António Costa mostrou-se depois convicto que o Palácio Nacional da Ajuda, com a instalação da exposição permanente, será a prazo “um novo polo” de atração de visitantes e respondeu também à corrente cética sobre as consequências para a autenticidade da cultura portuguesa se o turismo continuar a crescer a ritmos elevados.

“Quando alguns temem que o turismo possa descaraterizar a nossa identidade cultural, temos de saber fazer desta atividade algo que valorize e preserve os nossos patrimónios material ou imaterial, como o fado”, disse.