Costa espera privatização da TAP nos próximos 12 meses e admite que Estado possa perder dinheiro

O Primeiro-Ministro disse ontem esperar que a privatização da TAP ocorra nos próximos 12 meses, afirmando que “só se fosse irresponsável” é que garantiria que o Estado não irá perder dinheiro na transação, mas “espera que não”. Na segunda ronda do debate sobre política geral com o Primeiro-Ministro no Parlamento, o deputado Carlos Guimarães Pinto perguntou a António Costa se pode confirmar que a privatização da TAP “é uma possibilidade em cima da mesa para os próximos 12 meses”. “Espero que sim, é isso que está planeado, espero que sim”, respondeu o governante, citado pela Lusa.

Guimarães Pinto sublinhou que, quando o Estado alemão vendeu a companhia aérea germânica Lufthansa, recebeu “mais de 770 milhões de euros do que tinha colocado”, perguntando de seguida a Costa se “considera a possibilidade de receber, pela privatização da TAP, um valor abaixo daquele que os contribuintes lá injetaram”. “De toda a sua pergunta, só há uma parte verdadeiramente relevante que é, graças ao facto de a Lufthansa ter devolvido ao Estado aquilo que tinha recebido, estar agora livre, perante a Comissão Europeia, para proceder à aquisição de outras companhias aéreas”, retorquiu Costa.

Insistindo com a pergunta que tinha feito previamente, o deputado da Iniciativa Liberal voltou a questionar Costa se “o Estado irá perder dinheiro com a privatização da TAP”. “Espero que não”, respondeu Costa, com Guimarães Pinto a interrogar o Primeiro-Ministro se, com base na sua resposta, se podia depreender que “espera privatizar a TAP por, pelo menos, 3,2 mil milhões de euros”.

“Não estou em condições, e se o estivesse também não faria aqui a negociação com qualquer eventual candidato à compra de participações do Estado na TAP, ou acha que aqui é o local para estar a fazer essa negociação? Ou vossa excelência tem mandato ou está interessado em comprar ações da TAP? Está interessado e quer negociar? Então, respeite quem tem de negociar!”, exclamou Costa.

O deputado liberal voltou a insistir se o Primeiro-Ministro “não considera como certo que o Estado possa vender [a TAP] sem perder dinheiro”. “Senhor deputado, quando eu há pouco disse que espero que não, é porque admito que possa acontecer e só se fosse irresponsável é que lhe vinha aqui dizer que lhe posso garantir que não será assim. Não posso, mas espero que não”, afirmou.