Covid-19: Portugal entre países europeus onde turismo mais cai em 2020

Portugal é dos países europeus onde o turismo internacional mais cai este ano devido à pandemia da Covid-19, descendo 40% no número de visitantes, sendo apenas superado por Espanha e Itália, de acordo com estudo recente da Oxford Economics. A análise, que data do início deste mês, indica que em Portugal deverão registar-se menos sete milhões de entradas internacionais este ano, em comparação com 2019, o que corresponde a uma queda de 40%.

Em termos percentuais, Portugal é apenas superado na redução dos visitantes por Itália (com uma queda de 49%, menos 31 milhões de visitantes) e Espanha (com um recuo de 42%, menos 34 milhões de visitantes), que são desde logo os mais afetados pela pandemia, seja em número de mortes ou de casos.

Já em termos de volume, o Estado-membro com maior recuo nas chegadas turísticas internacionais, segundo o estudo da Oxford Economics, é França, igualmente com uma queda de 40%, o equivalente a menos 38 milhões de visitantes face a 2019. Só França é responsável por cerca de 13% das entradas internacionais em toda a Europa.

Juntamente com Itália e Espanha, Portugal é um dos países onde o PIB mais depende do turismo, num total de 16,5%, segundo o WTTC.

Outro Estado-membro europeu muito dependente do turismo é a Grécia, onde, de acordo com a Oxford Economics, a queda no número de chegadas é de 36%, equivalente a menos 11 milhões.

O sul da Europa é, inclusive, a região mais afetada pelo recuo do turismo internacional, caindo ao todo 40% em 2020, após um crescimento de 5% em 2019.

A consultora britânica observa nesta análise que, “mesmo nos casos em que o número de casos num país é relativamente baixo, tendem a existir restrições semelhantes em matéria de viagens e de movimentos”, o que justifica estas quedas acentuadas.

Assumindo que a Covid-19 afeta o turismo europeu durante oito meses (fevereiro a setembro), entre alturas de confinamento e de levantamentos faseados das restrições, esta entidade estima uma queda de 39% nas viagens de turismo para toda a Europa em 2020, comparando com o período homólogo anterior, o equivalente a menos 287 milhões de chegadas internacionais.

Ainda assim, a Oxford Economics nota que “a duração potencial das proibições de viagem é ainda bastante incerta”, pelo que os números poderão alterar-se e até piorar, caso “as restrições de viagens continuem e atinjam o pico da época” turística, isto é, julho e agosto.

E, “embora se preveja uma rápida recuperação em 2021, não se espera que os níveis de viagens internacionais registados em 2019 se restabeleçam antes de 2023, uma vez que os efeitos prolongados sobre os rendimentos se repercutem” nos movimentos turísticos, nota esta entidade.

No que toca às viagens domésticas, “também cairão, mas não mais do que as viagens internacionais”, estima a Oxford Economics, justificando que as restrições aqui aplicadas deverão “ser levantadas mais cedo”.

Para o conjunto da Europa, a redução esperada nos movimentos turísticos domésticos na região este ano é de 23%, sendo mais acentuada no sul da Europa (-24%) e na Europa ocidental (também -24%) e menos evidente na Europa central ou oriental (-20%), conclui a consultora na análise.