Cristas: “É inconcebível que não tenhamos um processo claro, transparente e decisivo” sobre o aeroporto do Montijo 

Com o objetivo de dar a conhecer as propostas do CDS para a próxima legislatura, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) convidou, esta quinta-feira, a presidente do partido, Assunção Cristas, para um almoço-debate no Dom Pedro Hotel, em Lisboa. A líder do CDS começou por elevar o setor do turismo ao estatuto de “grande motor” da economia portuguesa, sublinhando o papel de “todos os empresários” que fazem “muitas coisas bem” e de forma “consistente e resiliente”. Ainda destacou “os momentos mais difíceis” vividos no turismo mas que foram ultrapassados, acreditando que aqueles que chegaram na “era do crescimento” têm agora a “inspiração e criatividade”, podendo assim “puxar pela nossa economia e emprego”.

No tema “Reforma do Estado”, Cristas acredita que o mais importante é garantir que “tudo aquilo que não é Estado funcione e trabalhe”. A mudança nesta área deve começar pela “quantidade de burocracias, taxas e impostos” a que as famílias e empresas estão sujeitas. Nesta linha, a responsável afirma que existem áreas do Estado que estão “depauperadas”, questionando o facto de só existirem 17 delegados do turismo a nível mundial. “O turismo é uma área que está a crescer e podia ter mais apoio”, sublinha. Outro exemplo é o SEF e as dificuldades que traz para os “turistas que vêm de fora” e que muitas vezes têm de esperar horas para conseguir entrar em Portugal, aponta. De facto, “há áreas em que é preciso reforçar” e outras em que “é preciso aligeirar”, sustenta a líder centrista, acreditando num Estado Social de Parcerias que “conta com todos e com todos os setores para prosseguir as suas funções”. No entanto, Assunção Cristas valoriza a ideia de que “há mais vida para lá do Estado”. 

Já no que se refere às infraestruturas, a líder do CDS vê este assunto com “perplexidade. Já há muitos anos que o CDS defende um Portela+1”. Quatro anos após a tomada de decisão do aeroporto complementar no Montijo, “não se percebe este impasse” sobre a infraestrutura, apesar de Cristas defender que as “leis existem para serem cumpridas” e que a “questão ambiental deve ser acautelada de acordo com a legislação existente”. Mas “não se compreende que pouco ou nada progrediu neste dossier”. A líder do CDS vai mais longe e diz que é “inconcebível que não tenhamos um processo claro, transparente e decisivo nesta matéria”, uma vez que “sabemos aquilo que é a penalização para o turismo”. 

Assunção Cristas deixou bem clara a mensagem de que o CDS defende o aumento do Turismo mas de forma equilibrada. “Não pertencemos ao grupo que acha que há turistas a mais”, afirma classificando Portugal como um país diversificado e com “âncoras muito diferentes mas muito interessantes” para “puxar pelos vários públicos e turistas”. O país tem capacidade para “produzir novos produtos” e  “é preciso que isso aconteça com o setor privado e com as parcerias”, sustenta.