CTP: “Estamos num fim de ciclo e temos de atuar de forma muito clara”

Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), foi quem encerrou o 44.º Congresso Nacional da APAVT, que decorreu nos Açores. Face ao tema do Congresso, “Turismo: Os desafios do Crescimento”, o dirigente considera que estes “são muitos”. Começando por Lisboa, o dirigente da CTP refere que a “mobilidade” ainda é uma questão que “não está resolvida e, de facto, há que endurecer cada vez mais para tentarmos uma solução”.

Já sobre o crescimento do Turismo em Portugal, nos últimos cinco anos, o responsável acredita que o mesmo não se vai manter. Embora com “otimismo”, o presidente da CTP sublinha que “estamos num fim de ciclo e temos de atuar de forma muito clara e ser efetivos”.

Neste sentido, face ao Orçamento do Estado, Francisco Calheiros refere que de “todas as Confederações que tiveram a oportunidade de falar com o Governo e apresentar as suas propostas nenhuma foi aprovada” e “muitas medidas não tinham só a ver com o carácter fiscal”.

O presidente da CTP apontou ainda para o facto de a diminuição do IVA no Golfe não ter sido considerada pelo Governo. “Temos que saber que das 100% de voltas de golfe que se faz em Portugal, cerca de 95% são de estrangeiros.” Para o responsável, “o que está em causa é os estrangeiros decidirem se vão jogar golfe para Portugal com 23% de IVA ou se vão para a Turquia não com 23% ou com 13% com 6% de IVA, mas sim com zero.”

“Há três anos que a Confederação não fala em promoção”, mas Francisco Calheiros apela para que “em fim de ciclo” algo seja feito. “Não podemos continuar assim”, alerta. Embora “esteja a ser muito bem feita pelo Turismo de Portugal, não sobe há três anos e quanto muito desce”, pelo que é necessário “aumentar as verbas”.

Sobre a questão do aeroporto, o dirigente recorda uma situação que considera inaceitável sobre a operação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). “Na semana passada, observei que estavam 400 a 500 pessoas a tentar entrar nas filas do SEF” e das “16 boxes, apenas três estavam abertas”. Para o responsável, esta situação “não é admissível e não pode continuar”. Outra questão prende-se com o aeroporto do Montijo. “Temos turistas que querem vir, fazemos tudo bem e depois eles não têm onde desembarcar”, conclui.