CTP exige mais “verbas” para a promoção e “reforço” nos quadros do Turismo de Portugal

As “verbas para a promoção” turística e o “reforço dos quadros do Turismo de Portugal” fazem parte das prioridades da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) ao longo deste ano. As declarações foram feitas pelo presidente da CTP, Francisco Calheiros, no Seminário sobre “Economia Portuguesa e Orçamento de Estado 2020 (OE2020)”, promovido pela Confederação na sexta-feira passada.

“Vamos ser mais exigentes no que diz respeito às verbas para a promoção”, enaltece o dirigente, afirmando ser uma questão muito clara: “Os turistas têm aumentado e as verbas da promoção têm diminuído.” Calheiros recorda que, “há dois anos, tivemos baixa dos turistas britânicos”. Já no ano passado, “tivemos baixa dos turistas alemães” e o “Brexit é uma realidade”, notando que, “se se fizer o rácio de custo da promoção por turista, há seis ou sete anos que ela vem descendo”.

Neste panorama, o presidente da CTP não tem dúvidas, afirmando que “está na altura de inverter isto. Existem mercados que exigem um aumento de promoção importante”. Outra prioridade está em torno do reforço dos quadros do Turismo de Portugal. “Cada vez temos mais turistas”, diz, pormenorizando que “são 25, 26 e 27 milhões de turistas a aparecer todos os anos. De facto, a estrutura do Turismo de Portugal mantém-se a mesma”. 

“Alterar drasticamente a política demográfica”

No que diz respeito ao OE2020, o responsável salientou que, juntamente com outras confederações, “fizeram chegar um conjunto de propostas” ao Governo passado e ao atual e que “não são muito levadas em conta”. Das contribuições da CTP, Calheiros destacou a questão da demografia, afirmando ser “algo dramático” para o País. “Somos o país mais envelhecido da Europa”, declara, alertando para a necessidade de “alterar drasticamente a política demográfica”. Caso contrário, “não haverá sustentabilidade nem da economia, nem da segurança, nem de nada”. Para o dirigente, a questão da demografia é muito clara: “Os jovens não têm mais filhos porque não têm dinheiro para os ter e não têm onde os deixar.” Neste sentido, “haja a coragem de atacar estes dois problemas”, sublinha. Outra contribuição que a CTP fez chegar ao Governo tem a ver com a reforma de Estado: “Há muitos anos que a CTP protesta quando há falta de reformas. O governo não se mexe.” Já nas questões da fiscalidade, o presidente da CTP afirma que “estamos num momento de fadiga fiscal completa” quer nas empresas, quer nas famílias. 

No entanto, Calheiros realçou um aspeto positivo ao OE2020: “Pela primeira vez, desde 1974, existe um excedente orçamental.”