DHM: 2019 com abertura de hotéis e renovações profundas

Com os olhos postos no futuro, a DHM (Discovery Hotel Management), marca própria para a gestão hoteleira do Discovery Portugal Real Estate Fund, apresentou esta quinta-feira os planos da gestora para os vários clusters das unidades hoteleiras que detém.

Num almoço com os jornalistas, Francisco Moser, diretor-geral da DHM, apresentou também os resultados preliminares de faturação de 2018, que se revelaram bastante positivos.

“No decorrer do ano de 2019, temos vários projetos em curso de renovações muito profundas”, referiu o responsável, dando como exemplo o Alpinus Hotel, em Albufeira, e o Palácio da Lousã. No hotel algarvio “queremos tornar o hotel mais lifestyle dentro do estilo de Albufeira, mais moderno e atual”. O investimento será de cinco milhões de euros.

Já no Palácio da Lousã, próximo da serra da Lousã, “temos um projeto já há cerca de três anos dentro da gaveta”. O objetivo é transformar a unidade num “bike hotel virado para a aventura, para o desporto”, sublinha. Associando-o a “experiências na serra”, Francisco Moser promete que o hotel terá um spa e um restaurante “mais informal. Estamos a fazer uma operação com o Turismo de Portugal”, de modo a conseguir financiamento para renovação “mantendo a cultura do hotel”. O investimento estimado é de 1,6 milhões de euros.

A abertura do Hotel Perdiganito também mereceu destaque. A 15 quilómetros de Évora, o projeto “está praticamente concluído. A partir de março, prevemos começar com as obras”, indica Francisco Moser. A unidade hoteleira, inserida num terreno com cerca de onze hectares, vai ter “77 quartos e vinte vilas”, dirigindo-se essencialmente a famílias. “É um hotel com um conceito de quintas”, afirma.

O Monchique Resort & Spa, anteriormente gerido pela Macdonald Hotels & Resorts Portugal, também foi referido pelo responsável. Considerado como o “maior desafio”, Francisco Moser acredita que em março a unidade estará pronta a operar, com destaque para as “salas de conferência”.

Em curso ou, mesmo, em fase de conclusão, estão também outros projetos de remodelação, quase todos dentro do cluster “Design Collection”. O diretor-geral explica que este segmento corresponde a “hotéis que já foram renovados e em que já fizemos o investimento dentro desta filosofia diferenciadora da DHM que queremos trazer para os hotéis”.

O hotel Praia Verde, em Castro Marim, vai receber uma “remodelação de quartos completa”. Já o Vila Monte Farm House, em Olhão, vai também receber algumas novidades. “Sentimos que em Vila Monte faz falta um SPA”, apesar de ser “um projeto para mais tarde”. O hotel terá também uma “villa privada para três ou quatro quartos para estadia de um só cliente ou famílias. Estamos a trabalhar neste projeto”, assegura Francisco Moser. O Douro41 Hotel, em Castelo de Paiva, e o Palace Monte Real, em Leiria, (do cluster “Hotels & Resorts” que se caraterizam por serem unidades mais “ecléticas”) também serão alvo de remodelações que ficarão prontas em março. O Furnas BotiqueHotel e o Azor Hotel, ambos nos Açores, também serão alvo de “renovações importantes” ao longo de 2019.

Para além das unidades hoteleiras, a DHM assinalou a sua entrada, este ano no golfe. Francisco Moser refere que “vamos envolver o projeto imobiliário ligado ao campo de Golfe Quinta do Vale. Eventualmente será um hotel”, assegura o responsável, sendo que a propriedade já é encarada como “uma unidade gerida pela DHM”.

Resultados e próximos desafios da DHM

Dos 42 ativos que a DHM congrega, há dois ativos do fundo que mereceram destaque e que cuja abertura está prevista para 2021/2022: o Ocean View e o Sesimbra Bay.

O Ocean View, em Albufeira, com 300 unidades de alojamento, tem já um plano “muito adiantado. Neste momento estamos em conversação com a marca internacional para fazermos um contrato de franchise ou de management”, indica Francisco Moser. Já quanto ao Sesimbra Bay, com 203 apartamentos, o plano será “prescindir de 20 apartamentos para criar outros espaços que não existem como restaurante, bar e receção”.

Além dos dois projetos no continente, o diretor-geral destacou ainda outros dois projetos para os Açores no mesmo período. Considerado um “projeto desafiante”, a  DHM prevê abrir com marca própria o hotel Terra Mar, na ilha Terceira, com 18 unidades de alojamento. No entanto, Francisco Moser diz não descartar “a possibilidade de ter parceiros” neste projeto. Na ilha de São Miguel, e “criado de raiz”, a DHM vai criar a primeira unidade hoteleira focada “para as novas gerações e novas tecnologias”.

Em relação aos resultados preliminares, e comparando os anos de 2017 e 2018, a marca gestora teve “um crescimento de 20% ao nível de faturação e resultados”, salienta Francisco Moser, indicando que este valor é “acima dos dados estatísticos do setor do turismo registados em 2018”. O dirigente acrescenta ainda que, no Algarve, onde o crescimento geral foi “muito diminuto, nós crescemos”. Os ativos que entraram este ano na esfera da DHM não são ainda contabilizados nestes valores.

De todas as unidades hoteleiras, o Azor Hotels e o Ramada by Windham Lisbon foram aquelas que mais cresceram. No entanto, é o Praia Verde “que nos surpreende ano após ano” porque “é um hotel que não sofre de sazonalidade”, indica.

Para 2019, a DHM acredita num crescimento semelhante. Mas Francisco Moser aponta vários desafios, incluindo “dar uma identidade própria aos hotéis” e “desenvolver conceitos de restauração independentes para cada unidade” inserida no cluster Hotels & Resorts.