#Distribuição: Esta é a “chegada ao final do túnel e a entrada na normalidade possível com muitas mudanças”

Ambitur.pt continua a auscultar o setor da distribuição, numa altura em que já começa a existir produto no mercado e são já várias as companhias aéreas, incluindo a TAP, a anunciar a retoma de voos.

Paulo Lages, diretor da DIT Portugal, grupo de gestão de agências independentes, reconhece a importância da retoma dos voos para todos os players do setor isto porque “o setor das agências de viagens depende da mobilidade”. Além disso, transmite “um sinal de regresso ao «business as usual»”, permitindo adicionar valor acrescido aos voos, nomeadamente a nível de alojamento, rent-a-car, transfers, tours, seguros, entre outros. “Precisamos de voos, com ou sem TAP, para alimentar a economia do turismo”, frisa o responsável, que recorda que a aviação é a base de toda “uma cadeia de valor que é essencial no seu todo”.

Para Paulo Lages, o atual momento “já não é uma luz ao fundo do túnel, mas a chegada ao final do mesmo e a entrada na normalidade possível num cenário com muitas mudanças”. E lembra que a mudança é, muitas vezes, algo positivo, que traz consigo novas formas de trabalhar e de responder ao mercado. No caso do grupo DIT, que congrega mais de 1000 agências de viagens independentes em Portugal e Espanha, “foi o momento para criar novas ferramentas e melhorar as plataformas que colocamos ao dispor das agências”.

Quanto àquilo que o cliente quer, numa altura que a confiança ainda não foi restaurada, o diretor da DIT Portugal defende que o normal é que procure um produto mais próximo, que não represente risco para o seu círculo familiar. Ou seja, no imediato, será o mercado nacional o privilegiado, bem como a deslocação em transporte próprio, e Paulo Lages identifica unidades de alojamento rural, villas e alojamentos locais como estando no topo das preferências dos turistas nacionais neste momento.

Com um cenário de desconfinamento positivo, e com alguns destinos propostos pelos operadores turísticos a dar resposta positiva a nível de segurança sanitária, “será natural que optem por aquilo que esteja disponível”. “Desde que existam destinos, e exista vontade de viajar, seguramente haverá clientes”, frisa.