Distribuição independente ameaçada

“O ano foi positivo para as agências de viagens”, mas novos desafios se levantam como advertiu Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, esta manhã, em Macau, na cerimónia de abertura do 43º Congresso da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT).

Apesar da boa prestação do setor ao longo do ano, persistem várias preocupações para o setor das agências de viagens portuguesas, entre elas “o ambiente jurídico/ regulatório que irá introduzir novas e importantes dificuldades, concretamente a nova diretiva europeia sobre viagens organizadas, o novo regulamento europeu sobre proteção de dados e o novo ambiente de operação turística na cidade de Lisboa” identificou Pedro Costa Ferreira, perante uma plateia de mais de 600 congressistas presentes na Torre de Macau, na cerimónia de abertura do congresso da associação.

As novas barreiras da indústria aérea, concretamente, “na instituição de taxas discriminatórias de reserva nos GDS`s, pelos gigantes da aviação” são uma das principais preocupações das agências de viagens nacionais, advertiu Pedro Costa Ferreira.

O primeiro grande alerta para as agências de viagens passa “pelos recentes desenvolvimentos da indústria aérea, concretamente, mas não apenas, a instituição de taxas discriminatórias de reserva nos GDS`s, pelos gigantes da aviação”. Pedro Costa Ferreira indicou que um recente estudo publicado pela ECTAA e ETSA conclui que os custos da distribuição direta não diminuem, com o incremento da quota de vendas diretas. “Pelo contrário, o estudo conclui que no caso de companhias aéreas regionais, como a Sata, ou nacionais mas com um home market de diminuta dimensão, como é o caso da TAP, os custos da distribuição aumentam muito consideravelmente, em cenário de eventual aumento da quota de vendas diretas”.

Para o presidente da APAVT, “estamos perante a tentativa de construção de um oligopólio bem definido, que para melhor se constituir e dominar, está a tentar afastar a distribuição independente porque quer evitar a comparação direta de preços, está a limitar a capacidade das companhias aéreas de menor dimensão de vender em mercados exteriores, está provavelmente a lançar as bases de um futuro aumento de tarifas, próprio de um mercado menos competitivo, e com menor capacidade de escolha por parte do consumidor”.

A estas preocupações juntam-se os constragimentos do “regulamento IATA que devia ser já uma peça de museu, por total inadequação à realidade da relação económica existente entre as agências de viagens e as companhias aéreas” evoca Pedro Costa Ferreira.