#DMCs: “Pretendemos encontrar novos produtos e adequar os existentes às possíveis novas regras sanitárias”

Ambitur.pt tem vindo a acompanhar o setor do turismo nesta crise provocada pela pandemia da Covid-19. Desta vez, falámos com empresas DMCs e Pedro Morgado, Managing Director da Abreu Events, partilha connosco o que se passa na sua empresa e como visualiza uma retoma da atividade.

A verdade é que a Abreu Events nunca parou porque “há um fluxo normal de trabalho a nível de reagendamento de eventos e, inclusive, de gestão de novos pedidos, já nestas últimas semanas”, admite o responsável. Mas a expectativa aponta para que a atividade operacional no segmento de M&I (Meetings & Incentives) não seja retomada antes de setembro.

Aproveitando o atual contexto, a empresa tem realizado ações de promoção e gestão de proximidade com os clientes diretos e de diversos mercados, através dos canais digitais, bem como formação de produto em webinars. “Pretendemos encontrar novos produtos e adequar os existentes às possíveis novas regras sanitárias”, explica Pedro Morgado.

Mostrando-se otimista, o managing director da Abreu Events revela que “pensando que o futuro será de 2021 para a frente, acreditamos que existem bons indicadores”. Mas reconhece que a expectativa de uma possível nova vaga de Covid-19 é “pesada”, sobretudo enquanto não surgir a “tão desejada vacina”.

Consciente de que todos os destinos vão ressurgir “em força”, valendo-se de todos os possíveis argumentos, seja de produto como financeiros, Pedro Morgado indica que “Portugal não deverá ser a exceção”, apontando algumas fragilidades burocráticas e fiscais comparativamente a outros destinos, nomeadamente o Sul da Europa, e Espanha incluída, onde se estabeleceram regras de possibilidade de recuperação total do IVA nas reuniões e congressos.

Além das questões fiscais, o responsável defende que “necessitamos de mais e melhor oferta das acessibilidades aéreas para o Algarve, única forma de ali combater a sazonalidade com a ajuda do setor do M&I”. E não descarta uma solução de longo prazo para o aeroporto de Lisboa, bem como novos centros de congressos em Lisboa e no Porto, que ajudem a acolher grandes eventos mundiais e estabeleçam “uma saudável relação de concorrência com os existentes”. Por fim, Pedro Morgado refere ainda a questão da mobilidade das cidades de Lisboa e Porto, com a circulação possível aos autocarros de turismo, seguindo as regras de sustentabilidade ambiental mas equilibradas com as regras de qualidade e segurança características do setor.