“É evidente que a ANA precisará de um pacote de ajudas do Estado”

José Luís Arnaut, Chairman da ANA, defende as compensações pelas perdas da pandemia, dá o exemplo de outros países europeus e diz que o dinheiro não pode ir todo para a TAP. O responsável abordou estes e outros temas em entrevista ao Público-RR.

Relativamente ao novo aeroporto, o responsável indica que: “Temos de tomar uma decisão compatível com a capacidade financeira do país, que seja exequível em tempo útil, porque a Portela não vai aguentar muito mais tempo. Não vamos fazer projetos megalómanos, já lá vai esse tempo. Vamos fazer o que é exequível, eventualmente por fases”.

Por outro lado, considera relativamente à localização: “O Governo é que tem de saber. Se em vez de construir 15 hospitais quer fazer um aeroporto em Alcochete, faz um aeroporto em Alcochete. Se quiser que o aeroporto seja pago por taxas, vamos para uma outra solução mais simples, exequível e modular”. Refere ainda o responsável que: “O nosso valor global (para Alcochete) anda na casa dos sete mil milhões de euros. E sabemos o que está assinado com o Governo, que é esta primeira fase do Montijo: 600 milhões de euros – e que é exequível em três, quatro anos. O outro projeto (Alcochete) demora no mínimo entre oito a 10 anos”.

José Luis Arnaut indica ainda que “a ANA não recorreu a uma única ajuda pública, nem lay-offs nem nada”, pois “tinha responsabilidades de manutenção (das infraestruturas aeroportuárias) e entendeu não o fazer”. Mas acrescenta que “houve uma quebra do tráfego de 80%. É evidente que a ANA obviamente precisará de um pacote de ajudas à retoma das infraestruturas aeroportuárias”. Considera o responsável que: “A seu tempo, iremos negociar com o Governo”.