easyJet aposta em aviões com menos consumo de combustíveis fósseis

No último ano, a easyJet transportou 80 milhões de passageiros. Em 2018, a low-cost quer chegar aos 90 milhões de clientes, num altura em que as empresas do setor se tentam reinventar e adaptar às mais recentes novidades tecnológicas. No caso da companhia, que agora se assume como pan-europeia, essa mudança passa desde já pela encomenda de novas aeronaves, mais sofisticadas e amigas do ambiente.

Recentemente, a easyJet apresentou em Lisboa o seu novo modelo de avião: o Airbus A320neo. Entre as principais novidades, esta aeronave consume menos 15% de combustível e emite também menos 15% de emissões de CO2. Outra das vantagens do novo A320neo diz respeito à redução de 50% do ruído, no período de aterragem e descolagem.

Esta é uma das quatro aeronaves já em operação, sendo que nos próximos meses, a companhia prevê receber outros quatro aviões. José Lopes, diretor da companhia em Portugal, realçou aos jornalistas, que através desta estratégia de sustentabilidade, a companhia low-cost irá reduzir as emissões de carbono, que desde 2000 já diminuíram mais de 38%. Este ano, a easyJet passa a consumir 78,62 gramas por passageiro-quilómetro, menos 10% do que no ano anterior.

A nova aeronave faz parte de um encomenda feita à Airbus, de 130 aviões – 100 A320neo e 30 A321neo – que irão juntar-se à frota ao longo dos próximos cinco anos. Neste processo de atualização, a companhia irá também proceder à instalação de cockpit digitais nas aeronaves, novos geradores vortex, que reduzem o impacto sonoro, e rebocadores eléctricos nalguns aeroportos. Este programa de engenharia, para cerca de 200 aviões da companhia, estará finalizado na primavera de 2018.

O futuro dos aviões elétricos
A estratégia de sustentabilidade estende-se a toda a companhia, que quer estar na linha da frente das principais inovações. Neste âmbito, José Lopes defende, por exemplo, que “daqui a 20 anos” será possível viajar em aeronaves totalmente elétricas, designadamente nos voos de curta duração.

É com este intuito que a easyJet irá disponibilizar uma linha aérea operacional para a Wright Electric, a qual está a desenvolver um avião comercial que funcionará através de baterias elétricas. Além disso, a transportadora quer aplicar um novo sistema de hidrogénio para o momento de descolagem.

Foco no mercado europeu
De acordo com os últimos dados, as receitas da companhia tem crescido – 14,4% no último trimestre de 2017. Para além do aumento de capacidade, a companhia quer manter-se focada no mercado europeu.

A este foco, junta-se a aquisição, por parte da low-cost, de algumas das operações da falida Air Berlin no aeroporto de Berlim Tegel.

Recorde-se que em 2017, a easyJet escolheu a Aústria para a instalação da sua subsidiária europeia e assim assegurar um certificado de operador aéreo comunitário.

[alert color=”4A50FF” icon=”Select a Icon” title=”Portugal abranda nas contas da companhia, por falta da capacidade aeroportuária”]Entre outubro e março, a easyJet vai crescer em Portugal apenas 3%, devido à falta de capacidade dos principais aeroportos nacionais. No período homólogo correspondente, a companhia registou uma subida superior a 20%. A situação, de acordo com José Lopes, justifica-se pela falta de slots nos principais aeroportos portugueses. Neste sentido, a easyJet pede “urgência na implementação de medidas” que possam colmatar a atual situação, que já levou ao desvio de movimentos na operação de verão para o Porto. No entanto, a capacidade do aeroporto portuense está também a esgotar-se, sublinha o responsável. Em 2017, a companhia somou seis milhões de passageiros em Portugal, metade dos quais em Lisboa e no Porto, e um crescimento de 14%. Mundialmente, a easyJet pretende alcançar este ano a marca dos 90 milhões de passageiros transportados, face aos atuais 80 milhões.[/alert]

 

 

[alert color=”2693FF” icon=”Select a Icon” title=”Dificuldade no recrutamento de novos pilotos”]Para além da falta de slots disponíveis nos aeroportos nacionais, a easyJet tem encontrado grandes dificuldades na contratação de pilotos experientes. De acordo com José Lopes, o processo de recrutamento em Portugal não tem suficientes condições de atracão, tendo em conta o quadro fiscal português. “Em Espanha um piloto leva mais 30% de salário líquido do que em Portugal”, realçou o responsável justificando a falta de interessados. Neste sentido, a esayJet reinvidica a inclusão da profissão de comandante, na figura de residente não habitual, de forma a garantir mais vantagens fiscais. Em janeiro, a easyJet promoveu em Lisboa dois dias de contratação de comandantes de linha aérea. Nesta fase acorreram 18 profissionais; no final do primeiro dia seis dos candidatos ficaram pelo caminho, devido à avaliação exigente da companhia. [/alert]

 

[alert color=”2E2EFF” icon=”Select a Icon” title=”easyJet na luta contra a desigualdade de género”]A companhia aérea low-cost conta atualmente com 185 pilotos mulheres, um número que deverá crescer ao longo dos próximos anos, através da iniciativa Amy Johnson. Atualmente, as mulheres representam apenas 6% dos profissionais empregados na companhia, número que pretendem aumentar para 20% até 2020. Em Portugal, Diana Silva é a primeira piloto mulher da companhia.[/alert]