A Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos (ECTAA) veio exortar os líderes europeus a criarem um pacote de apoios mais substancial, uma estratégia coordenada de saída da crise provocada pela Covid-19 e um plano de recuperação ambicioso para as viagens e o turismo.
Para a ECTAA, os ministros de Turismo, que estão hoje reunidos num encontro informal, devem agir de uma forma coordenada já que 80% das chegadas turísticas à Europa vêm de mercados emissores intra-UE.
Reconhecendo que o caminho pela frente é “longo e difícil”, a entidade defende medidas de apoio financeiro para a sobrevivência da indústria. E alega que, até à data, estas medidas são poucas e ainda não chegaram às empresas. “Precisamos de um maior compromisso financeiro por parte dos Estados-membros para com esta indústria importante, que contribui com mais de 10% para o PIB da UE e é responsável por 12 milhões de postos de trabalho”, indica Pawel Niewiadomsk, presidente da ECTAA.
A ECTTA acredita que chegou o momento da Comissão Europeia e dos EStados Membros estabelecerem um plano de recuperação ambicioso para o setor. O turismo deve estar firmemente ancorado no plano de recuperação Marshal anunciado pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen. Os ministros do Turismo devem cooperar e coordenar-se com a Comissão Europeia para que esse plano de recuperação seja implementado da melhor forma possível a nível nacional para que o setor volte a reerguer-se e ajudar à transição para um turismo mais sustentável, digital e inovador.
“Mas isso não deve impedir os ministros do Turismo de colocar a questão dos vouchers à Comissão”, acrescenta o responsável. “Embora as agências de viagens gostassem de reembolsar os seus clientes, já não há mais dinheiro no sistema. É necessária uma solução pragmática que ajude as agências a superar a crise de liquidez sem esquecer a proteção ao consumidor”.
A ECTAA apela assim a uma derrogação temporária das legislações europeias para oferecer vouchers em vez de reembolsos, que sejam flexíveis, reembolsáveis no final do prazo e protegidos contra a insolvência da agência de viagens.
Na mesma nota pode ler-se que apesar de a indústria esteja empenhada em garantir aos consumidores que serão capazes de viajar assim que as restrições de viagens forem levantadas, a ECTAA pede aos líderes europeus para adotarem uma abordagem comum relativamente ao levantamento gradual do confinamento e das condições para retomar as viagens e o turismo. A indústria pode desenvolver diretrizes comuns sobre essas questões no que diz respeito ao distanciamento social e normas de higiene, mas devem evitar-se regras diferentes em diferentes países.
Pawel Niewiadomski conclui: “Estamos numa crise sem precedentes. Precisamos de pensar «out-of-the-box». Precisamos de ações e precisamos delas agora. Caso contrário muitos players do turismo vão desparecer e o turismo europeu vai contrair. Ninguém ganha com nada disto”.