Numa fase marcada pela incerteza, as prioridades das empresas são muito semelhantes: pensar em novos modelos de negócio, manter postos de trabalho, garantindo a segurança e saúde dos colaboradores e a sustentabilidade das operações, proteger fornecedores ou distribuidores, e reforçar a comunicação com os clientes são alguns dos exemplos. Nos dias de hoje, há uma certeza: “Inovar é a palavra de ordem”. Em busca de “soluções diferenciadoras”, a Ambitur.pt vai desvendar ao longo dos próximos dias o que é que as empresas têm feito no sentido de dar continuidade ao seu negócio.
Não restam dúvidas de que o momento atual exige às empresas “novas formas de negócio”. Muitas têm apostado no take-away e no delivery…
A Vila Galé é um bom exemplo. Adaptando-se à nova realidade, o grupo apostou no take away da restauração como o seu mais recente serviço, nos hotéis de Lisboa e do Porto. Este novo serviço está a conquistar o público: “Está a ter uma boa adesão. Vamos alargar este serviço a Évora e Coimbra”, anuncia a diretora de marketing da Vila Galé, Catarina Pádua. Os clientes podem encomendar os almoços até às 22H do dia anterior e os jantares até às 12H do próprio dia. As entregas são feitas entre as 12H e as 22H nos próprios hotéis. O menu deste serviço inclui cinco sopas, várias sugestões de pratos de peixe e carne e diferentes acompanhamentos, além de que o cliente pode encomendar várias pizzas das pizzarias Massa Fina. A carta inclui também uma variedade de cinco sobremesas. Para quem não dispensa de um belo copo de vinho, a Vila Galé disponibiliza o Santa Vitória da gama Versátil – branco, tinto ou rosé, de 75 cl – que pode também ser adquirido à caixa. A pensar já na Páscoa, o grupo hoteleiro português vai lançar uma “oferta especial” para o Domingo da Ressurreição com “menu especial e o tradicional prato de cabrito”, afirma. Catarina Pádua revela também que o grupo está equacionar um “menu NEP” e que os mais novos não ficaram esquecidos: “Estamos a estudar um menu inspirado na nossa mascote infantil”, refere.
A dar passos significativos está igualmente o grupo Real Hotels. Atualmente com as unidades encerradas, o grupo centra toda a atividade no Hotel Real Palácio, em Lisboa: “Criamos produtos que acreditamos serem perfeitos para este momento mais conturbado”, afirma Simão José Simão, Chief Operating Officer da Stakecorp. O take-away a nível da restauração é a novidade do grupo. “É um produto recente para o qual não apostamos em grande divulgação”, afirma o responsável, que acredita no “passa-palavra” como o melhor método. Desenhado para o público-alvo local, este produto oferece vários serviços, “desde os pequenos-almoços, brunches e refeições completas até aos cabazes compostos pelo cliente”, explica. Sobre a possibilidade do serviço se manter no pós-crise, Simão José Simão afirma que isso é uma possibilidade “se sentirmos que o nosso cliente continua a querer esse serviço”. O alojamento “em isolamento” é outra novidade que o responsável destacou: “Criamos pacotes de sete noites com três regimes viáveis – FB, HB e SC – possibilitando ainda ao hóspede fazer um despiste da Covid-19 no próprio quarto”. Os dois produtos asseguram vantagens acrescidas para o grupo: “Por um lado, vamos continuar ao lado dos nossos clientes e comunidade; por outro, mantemos a nossa marca viva ao longo deste período”, sustenta.
Enquanto ponto de abastecimento para inúmeros negócios próprios, como mercearias, cantinas, hospitais, clínicas, bombeiros, bancos alimentares ou restaurantes, a Makro Portugal continua a assegurar a sua verdadeira missão: “A garantia de stocks e o seu respetivo transporte entre lojas, plataformas e clientes”, afirma o CEO da empresa, David Antunes. Em tempos de incerteza, o responsável diz que são exigidas “soluções rápidas, eficazes e que vão ao encontro das necessidades do mercado”. De forma a responder a estas fraquezas, a Makro Portugal lançou em “tempo recorde” o “Takeaway & Delivery Online Powered by Makro”, uma “funcionalidade de encomenda disponível online” que tem como objetivo “ajudar os estabelecimentos comerciais” que pretendem abrir o serviço de take-away e entrega ao domicílio. Esta funcionalidade expande-se a vários negócios como “restaurantes, talhos, peixarias, charcutarias, padarias, garrafeiras, minimercados e todos aqueles que se dedicam à comercialização de bens alimentares em serviço de take-away e delivery”, acrescenta. A adesão dos clientes está a ser muito positiva: “Já temos mais de 100 websites com take-away e delivery ativos e estamos a dar seguimento a mais de 100 pedidos adicionais”, refere. Este sucesso traz objetivos: “Queremos chegar aos 500 durante o mês de abril”, sustenta o diretor, realçando que, no futuro, “será seguramente um serviço a manter e reforçar”.
Quem também “não baixa os braços” fazendo frente à crise é o SEAME Group, grupo focado na restauração e na hospitalidade. Segundo o sócio fundador e administrador comercial, António Querido, o grupo tem conseguido provar que a “criatividade” e a “irreverência” estão intrínsecas no seu ADN. O criador de projetos como o Sea Me (Peixaria Moderna), o Soão, o Meat Me e o Prego da Peixaria tem dado “asas à imaginação” e o dia-a-dia dos colaboradores tem passado pela “criação de novas marcas e conceitos” que garantam a “qualidade” e a “reinvenção” das existentes.
A “Olívia” é a nova marca de hambúrgueres do SEAME Group, cuja principal premissa é “manter a qualidade dos ingredientes e poder entregar ao domicílio um produto bem feito e com consistência”, refere António Querido. Relativamente ao posicionamento, o responsável afirma que a “Olívia” foi criada em “contexto de crise” pelo que pretende ser “acessível”, chegando a “diferentes tipos de público”. A reação do público tem sido muito animadora: “Foi uma agradável surpresa a conquista rápida de consumidores que tem vindo a registar”, realça. Além da “qualidade da matéria-prima”, o responsável diz que a “Olívia” é uma “marca muito consensual” que está a “dar os primeiros passos” e a “conquista o seu espaço”. Mas realça que já tem muito importância para o grupo: “Ganhámos um carinho especial e é, sem dúvida, uma marca que veio para ficar”. A “Dionísio” surge pelo “interesse” e “disposição especial” para a vitivinicultura que sempre existiu no grupo. O facto de terem “parceiros muito fortes e próximos” na área permite que esta marca assegure a “continuidade” na relação entre fornecedores e parceiros, levando o responsável a destacar que a “entreajuda é fundamental” neste momento. No entanto, “o consumidor ainda está em adaptação” a esta marca com apenas “uma semana de vida”, nota António Querido, reforçando que, dentro da Uber Eats, o “consumo imediato é direcionado para a gastronomia”, pelo que “é muito difícil falar do
futuro”.
Já a Aveleda, em 150 anos de história, atravessa por algo sem precedentes. E o saber de toda a experiência acumulada leva Francisca van Zellar, PR Manager da Aveleda a sublinhar que o mais importante é “tomar as providências necessárias”. Este é o mote para o lançamento do recente serviço “Aveleda Em Sua Casa”. Trata-se de um “serviço de take-away” com vários produtos que podem ser encontrados na loja, como “vinho, queijos da Quinta da Aveleda, entre outros”, refere a responsável. As entregas são feitas pela zona de Paredes e Penafiel.