Empresários do turismo da Terceira estão “fartos” de promessas não cumpridas

O presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH) afirmou ontem, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo, que os empresários do setor do turismo na ilha Terceira estão “fartos” de promessas não cumpridas, criticando partidos e os governos da região e da República. “Já basta de jogos políticos, de promessas não cumpridas. Estamos fartos de promessas”, salientou Sandro Paim.

Segundo o presidente da associação empresarial, há um “estrangulamento” nas viagens entre a Terceira e o continente, mas também nos encaminhamentos para outras ilhas, o que tem feito com que os turistas optem pelas que têm passagens mais baratas e melhores ligações.

“Pergunte-se aos agentes de viagens, aos operadores, se têm lugares para vender para a Terceira e a que valores é que têm. Há um estrangulamento muito forte quer nos encaminhamentos, quer nos lugares disponíveis de e para a Terceira. Isso tem de acabar, não pode acontecer”, frisou.

Sandro Paim criticou também o PSD, o CDS-PP, o Governo Regional e o Governo da República por terem anunciado a ida de companhias de baixo custo para a ilha Terceira, criando “expetativas” nos empresários, quando dois meses depois do anúncio as duas transportadoras que voam para a ilha de São Miguel revelaram que não iriam voar a curto prazo para a Terceira.

“Todos quiseram ser o pai da criança, quando foram anunciadas as ‘low cost’. Agora que foi anunciado, infelizmente, pelos responsáveis da EasyJet e Ryanair que não vêm este ano para a Terceira, todos estão a atirar as culpas uns aos outros. Isto não é admissível e os açorianos não podem aceitar isto”, apontou.

De acordo com a Lusa, os empresários querem saber em concreto o que está a ser feito pelos governos da região e da República para levar voos ‘low cost’ para a ilha Terceira, quando terão início esses voos e as operações charter anunciadas para Boston e Madrid e o porquê da escolha destes mercados em vez de mercados já consolidados nos Açores, como Alemanha, Reino Unido ou Holanda.

O responsável quer que o executivo açoriano diga também quando se inicia o reforço da operação da SATA Internacional e da SATA Air Açores, previsto no Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira (PREIT), apresentado pelo Governo Regional para mitigar os impactos negativos da redução militar norte-americana na base das Lajes, localizada na ilha.

“Nós já fizemos planos estratégicos, o que agora precisamos é gastar dinheiro na implementação dos planos estratégicos e das medidas que são necessárias para a captação de fluxo”, salientou Sandro Paim.