Empresas suspendem cruzeiros no Brasil após surto de infeções

A Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia) informou ontem que as companhias do setor suspenderão voluntariamente as suas operações no Brasil até dia 21. A decisão, revelada em comunicado, acontece após cinco navios de cruzeiro que operam atualmente na costa brasileira registarem casos de covid-19 entre os seus tripulantes e passageiros, e três sofreram novas restrições sanitárias determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo a Clia, os casos identificados no Brasil consistem em “uma pequena minoria da população total a bordo”, mas a decisão de suspensão temporária procura alinhar com as autoridades locais “para resolver as diferenças de interpretação e aplicação das medidas previamente aprovadas com este novo cenário”.

“A atual temporada, após o término da suspensão, poderá ser cancelada na íntegra se não houver adequação e alinhamento entre todas as partes envolvidas para possibilitar a continuidade da operação”, acrescentou a nota.

A Anvisa, agência de vigilância sanitária brasileira, informou que três navios cruzeiros que navegam na costa do país receberam sanções, dois foram declarados no nível 4 de gravidade epidemiológica, ou seja, quando já se constatou que a transmissão a bordo é comunitária e elevada, portanto, devem suspender as operações, e um terceiro foi classificado no nível 3, em que há infeções e transmissão, mas não em níveis preocupantes.

A agência também esclareceu que monitoriza a situação a bordo dos cinco navios que operam atualmente no Brasil após ter solicitado ao Ministério da Saúde, na sexta-feira, sem ter recebido resposta, a suspensão da temporada que começou em dezembro e se deve estender até março.