“Encaro 2023 com algum otimismo moderado”

A acompanhar a participação de Portugal na Fitur, feira de turismo que decorre em Madrid, Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, afiança que apesar de fatores externos que influenciam o espaço europeu e os principais mercados emissores para Portugal, 2023 deve ser encarado com otimismo para a atividade turística. Como ponto de partida para o governante é a dinâmica que o setor tem demonstrado: “Encontrei um setor forte, com um desempenho de 2022 excecional”, acrescentando que “isso deve-se ao papel das empresas, das instituições e também de políticas públicas”.

Sendo assim “encaro 2023 com algum otimismo moderado”, afirma Nuno Fazenda, apontando a um quadro de incerteza “marcado por aquilo que sabemos de uma inflação histórica e de uma guerra na Europa”, que considera fatores externos que influenciam o espaço europeu e particularmente os mercados emissores de Portugal. Mas relembra o governante que ainda assim existem duas instituições que apontam dados que dão algum otimismo e confiança. O primeiro “é o caso da IATA, que nos indica que vamos alcançar o mesmo número de volume de voos de passageiros que em 2019”, outro “o Banco de Portugal que diz que em 2023 teremos um crescimento de 8,6% nas exportações do turismo português”.

Fundos europeus devem fazer frente aos desafios de médio e longo prazo das empresas turísticas

Um dos maiores desafios que os empresários turísticos terão que encarar nos próximos meses é que o país vai ter à sua disposição “o maior ciclo de fundos de que há memória” e estes deverão ser canalizados para os desafios de médio e longo prazo da atividade das empresas e do turismo nacional, avisa Nuno Fazenda. Para o interlocutor, “o país vai ter à sua disposição o maior ciclo de fundos europeus de que há memória, vamos passar de dois a três mil milhões de euros de fundos europeus por ano para seis mil milhões de euros. É um desafio muito grande”. Para o governante, o próximo ciclo de fundos europeus vai disponibilizar um acréscimo de 90% dos fundos europeus para as empresas, isto é, desde o Portugal 2020 comparando com Portugal 2030 e o PRR. Os dois juntos (2030+Prr) significarão um acréscimo de 90% dos apoios às empresas face a 2020, acrescenta Nuno Fazenda. Além de considerar este facto como muito positivo, pois é dar força às empresas, o responsável também avisa que estas verbas devem ser usadas para uma aceleração na transição digital, transição climática, reforço das qualificações e na internacionalização das próprias empresas. Considerando que temos um setor forte do ponto de vista turístico, o secretário de Estado também enfatiza que “temos estes desafios pela frente”.

Por Pedro Chenrim, na Fitur, em Madrid.