O Alentejo e Ribatejo foi a região que “mais cresceu” em janeiro e em fevereiro e a que “menos caiu” em março (5%). Já no ano passado, foi a que “mais cresceu em proveitos”, nomeadamente no “turismo interno”. Foi com base nesta análise que António Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERT Alentejo e Ribatejo), realçou – no Webinar Ambitur “Alentejo no Horizonte”, que contou com o apoio desta entidade – que, nos últimos anos, o “perfil de turista mudou radicalmente”, tendo “mais poder de compra”. E os investimentos que têm vindo a surgir em unidades são um bom exemplo disso.
E se o turismo interno está a crescer, “nós, enquanto entidade, só poderíamos fazer um trabalho de promoção no mercado interno”, diz o dirigente, realçando que o “trabalho que é feito no mercado internacional” é da responsabilidade da Agência de Promoção Turística Externa. Além disso, Ceia da Silva considera que as campanhas internacionais só fazem sentido surgir em dois momentos: na “abertura de fronteiras e quando houver ligações aéreas para Portugal”. Portanto, a “nossa obrigação é trabalhar o turismo interno em primeiro lugar”, sublinha, reforçando que, nesta primeira fase, “temos de trazer para a região os turistas portugueses”. O esforço que tem sido feito pelo Turismo de Portugal em promover o turismo interno é motivo de grande satisfação para o dirigente que não tem dúvidas que o mesmo esforço terá que ser replicado ao nível internacional: “Mas com medidas de segurança quer de orientação política, quer de saúde pública”, avisa.
Há outra questão que tem de ser tida em conta quando se está a promover o mercado internacional: “Como é que a população vai reagir quando esses fluxos turísticos surgirem?”. Ceia da Silva indica que a população local que está em locais como o Alentejo apresenta uma “reação negativa” a grande fluxos turísticos, algo que “já acontecia antes da pandemia” em vários destinos europeus. A visão deste responsável é de que é fundamental “estarmos atentos à gestão da crise”, até porque “não sabemos se sucedem casos em determinada unidade”, algo que pode afetar tudo: “Nós estamos a jogar ao segundo e temos que reagir ao segundo”. Ceia da Silva não tem dúvidas de que a “reabertura” era e é necessária mas com “consciência” das pessoas.
Em relação aos pequenos e médios empresários, Ceia da Silva manifesta uma “palavra de ânimo”, considerando que “deveriam ser recompensados com um apoio de tesouraria a fundo perdido a nível da União Europeia”. O dirigente não tem dúvidas do quão importante é o pequeno e médio empresário, sendo fundamental dar-lhes “força e entusiasmo: Queremos que permaneça e que nos ajude a construir este destino turístico que demorou muito anos a afirmar-se”.
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