Entrevista: “O que contribuiu para o meu progresso profissional foi entender a filosofia do grupo e do mentor, fazendo dela a minha”

Delfim Filho, diretor do Hotel Meliá Braga e diretor de Operações da Zona Norte da Hoti Hotéis, celebra este mês de novembro os 18 anos de carreira neste grupo hoteleiro. Em entrevista à Ambitur.pt, o profissional conta como tudo começou, o porquê da paixão pela hotelaria e que momentos o marcaram mais neste seu percurso. Leia aqui, em discurso direto…

Como e quando iniciou a sua carreira no turismo/Hotelaria – quais os primeiros passos?
Em 1995, entrei na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto. Procurei estagiar num hotel de cadeia internacional, e escolhi o maior da época, do grupo francês Accor. Acabei o estágio do último ano da escola e fiquei a trabalhar no Hotel Mercure do Porto, em 1997. Depois passei por vários hotéis do Grupo Accor durante sete anos, como assistente de Direção e Diretor de F&B.

O que o apaixona no setor hoteleiro e ainda hoje o faz continuar a querer estar nesta indústria?
A vida é feita de muitas paixões, mas a Hotelaria foi mesmo um casamento que já fez bodas de prata, onde encontramos desafios, liberdade, autonomia, criatividade, liderando pessoas e vivendo em contínua competição, sempre em busca dos melhores resultados. O que me faz continuar na indústria é o compromisso com a Hoti Hoteis, admiração por uma empresa que está em contínuo crescimento, com marcas nacionais e internacionais, como é o caso da Meliá Hotels International, Wyndham Hotels & Resorts, Marriott Hotels International e, adicionalmente, as marcas do grupo Hoti Hoteis, Hotel da Música, Star inn Porto, Peniche, Lisboa e o hotel Golden Residence Madeira.

A chegada ao Grupo Hoti Hotéis deu-se quando e como?
A 1 de novembro de 2004 ingressei como diretor geral no hotel Sol Peniche, hoje Star Inn Peniche. Tinha 28 anos e, quando tomei conhecimento deste cargo, candidatei-me. Tive entrevista com o Dr. Manuel Proença, presidente do Grupo Hoti Hoteis, e com o Sr. António Alves, que era o diretor geral de Operações naquele momento.

E qual tem sido o seu percurso dentro deste grupo hoteleiro até aos dias de hoje?
Em 2004, estive no Sol Peniche como diretor geral de Hotel. Em 2005, fiz a abertura do Melia Ria em Aveiro, enquanto diretor geral de Hotel. Em 2010, foi a vez da abertura do Melia Braga, também como diretor geral de Hotel. Em 2012, tornei-me diretor de Operações Norte, acumulando funções de diretor geral no Melia Braga, e ficando responsável pelos quatro hotéis do Porto (Hotel da Música, Tryp Porto Expo, Tryp Porto Centro, Star inn Porto), Meliá Braga e Meliá Ria em Aveiro.

Como define as suas funções dentro do grupo atualmente? E que tipo de gestão procura fazer em termos de equipa?
Atualmente tenho como funções liderar a equipa do Melia Braga, coordenar os hotéis do Norte, comunicando com os diretores gerais dos hotéis, diretores centrais e administração. As pessoas que formam as nossas equipas são de elevada qualidade, escolha que se inicia no processo de recrutamento. Para que os colaboradores fiquem connosco trabalhamos incessantemente para criar um bom ambiente, sabendo comunicar e tendo a certeza de que a mensagem é compreendida, envolvendo-os nos objetivos de cada função, do hotel e do grupo. Adoro trabalhar com equipas jovens, motivá-las e incentivar que desenvolvam uma carreira no grupo, que cresçam connosco. Estar atualizado, ter as melhores ferramentas, fazer história, aceitando desafios. Hoje preocupo-me ainda mais com o equilíbrio das pessoas, que devem ter qualidade de vida, isto é, uma vida saudável e equilibrada. A minha equipa pode treinar no ginásio do Hotel e ter uma alimentação saudável no refeitório. Fazemos “Team Buildings” e, em Braga, assistimos aos jogos de futebol por termos um camarote no Estádio. Aproveitamos todas as oportunidades para unir as equipas.

Quais os momentos que o marcaram mais ao longo deste percurso de 18 anos na Hoti Hotéis?
O que me marcou foi sempre a confiança do grupo em entregar as direções dos hotéis que já mencionei e principalmente as aberturas, criando assim um compromisso de responsabilidade. O reconhecimento sempre existiu, situação que aprendi e que tento fazer com os meus.
O que contribuiu para o meu progresso profissional foi principalmente entender a filosofia do grupo e do mentor, fazendo dela a minha, aceitar desafios que muitas vezes temos de provar que são possíveis.

Como é trabalhar num grupo familiar como a Hoti – o que destacaria de mais-valia nesta cadeia hoteleira?
Uma das mais-valias da cadeia, sendo um grupo familiar, é a proximidade do presidente do grupo que deposita confiança nos seus diretores, por serem os responsáveis das suas unidades hoteleiras. Este aspeto é diferenciador para mim e marca a diferença em relação a outras empresas.

Quem é Delfim Filho?
Delfim Filho nasceu na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, a 17 de dezembro de 1975. Filho e neto de portugueses, acabou por vir viver para o Porto em 1987, tinha apenas 12 anos de idade. O hoteleiro recorda que os seus tempos de infância no Brasil, definindo-os como “uma infância fantástica”, e frisando que ainda hoje mantém os seus “eternos amigos do Colégio La Salle”. No Porto, estudou no Colégio dos Maristas, na Boavista, seguindo depois para as escolas Aurélia de Sousa, Fontes Pereira de Melo e Clara de Resende.
Foi na Invicta que, em 1997, concluiu o curso de Técnicas e Gestão Hoteleira da Escola de Hotelaria do Porto, tirando um MBA em Hotelaria no IPDT em 2004. Em 2013, terminou a licenciatura em Administração e Gestão Hoteleira na ESEIG e, três anos depois, a pós-graduação em Gestão Imobiliária na Porto Business School. Foi também docente no primeiro mestrado em Gestão Turística do IPCA, em Barcelos.
Pela proximidade ao mar, Delfim Filho afirma ter estado sempre ligado a desportos aquáticos. Nos tempos livres, e desde que se conhece, praticou sempre desporto de competição, como Karaté, Jiu Jitsu, natação, stand up padel e, hoje, equitação. O profissional não hesita em afirmar que tenta “incutir nas minhas equipas uma vida saudável, um bom ambiente e uma vida em equilíbrio”.
Além do desporto, admite que adora viajar e conhecer novos países. A paixão é viajar com a sua Harley Davidson e o seu grupo, procurando sempre novas experiências e diversão.

*Por Inês Gromicho