Considerado um destino turístico por excelência “a nível mundial”, o Alentejo foi das regiões do país em 2018 “com melhores dados, quer a nível das dormidas, quer dos proveitos acima dos 20%”, sublinha António Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, à Ambitur.pt, à margem da apresentação que decorreu ontem sobre enoturismo.
Só em 2018, a região ultrapassou, pela primeira vez, a “barreira do um milhão de hóspedes” e, face a 2017, foi um “crescimento de 7%”. No que toca ao mercado externo, foi a região com maior subida, fixando-se nos 18% numa altura em que, segundo o responsável, “existe algum contraciclo em relação às dormidas”. A justificação para este resultado está nas características das duas regiões: o Alentejo e o Ribatejo são “regiões muito identitárias e os segmentos de mercado são um pouco distintos”, daí a região “continuar a subir” nas dormidas, acrescenta.
Desde o início de 2019 até agora, Ceia da Silva dá conta de um crescimento contínuo. “Em janeiro, subimos 22% no mercado interno”, sendo o destino que mais “cresceu em termos de dormidas globais”, correspondendo a 19% do total. Estes dados são motivo de “satisfação” para a ERT-AR. O responsável considera que o trabalho realizado, “quer na promoção, quer na estruturação de produto”, tem vindo a “captar novos segmentos de mercado para o território” das duas regiões.
Alentejo e Ribatejo: “Um arco-íris de oferta”
As potencialidades das regiões são infindáveis. O “património edificado histórico único” das duas cidades classificadas como Património Mundial (Évora e Elvas) ou um “património cultural e material excecional” com “cinco bens classificados pela UNESCO em quatro anos” são apenas alguns dos aspetos relevados por Ceia da Silva.
Com vários projetos planeados ou em curso, a ERTAR tem “um conjunto de recursos na área do turismo de natureza” que se inicia pela estruturação de “1500 km cicláveis com 11 centros de BTT em 11 municípios” e, ainda, “uma rede de autocaravanismo que envolve perto de 40 dos 58 municípios do território”.
Outros dos projetos envolve “estruturação dos Caminhos do Santiago a Sul do Tejo, com 1.300 km sinalizados”. Este é um dos projetos “em curso e estará concluído em junho deste ano”, avança.
O dirigente apontou também para a importância da intervenção em várias áreas como a comunicação institucional da região que “está a sofrer uma grande revolução”. Ceia da Silva diz que a promoção da região vai contar com “suportes comunicacionais fantásticos”, aliados a folhetos de “língua estrangeira em idiomas de origem, ou seja, adaptados a cada mercado”. Além disso, a região vai ter um espaço no Porto Canal onde “vão ser emitidos 13 programas temáticos”, inclusivamente sobre o enoturismo.
Os desafios são muitos. Mas Ceia da Silva reforça que “há um grande esforço para conseguirmos captar mercado nacional”, não descurando “o papel da agência externa de promoção naquilo que tem feito para aumentar os fluxos internacionais para a região”.
Para o futuro, os objetivos passam por trazer “cada vez mais e melhores turistas para a região”, ao mesmo tempo que é criado mais “investimento” e dado mais apoio aos empresários nas diversas áreas. Aliado a tudo isto, a ERT-AR quer que sejam criados “fatores de excelência e qualidade”. Desta forma, a entidade espera que seja potenciada a “criação de emprego e de riqueza” que é “importante para região. Somos um arco-íris de oferta”, remata.