A crise Covid-19 é vista por muitos empresários como uma oportunidade para as empresas se reinventarem. O tempo pede para pensar, ouvir e reagir com ponderação: “Dar um passo atrás e dois à frente”. É assim que o founder and CEO da Voqin’, Diogo Assis, olha para a nova realidade, assumindo, contudo, que as “coisas não serão iguais”.
A última conferência do “Portugal Tourism Challenges”, promovida pelo Fórum Turismo esta quarta-feira, debruçou-se sobre a questão “Como estão as empresas de eventos a adaptarem-se para esta nova realidade?”. Há uma certeza para Diogo Assis: “O turismo e os eventos não vão acabar”. O atual momento pede para que os portugueses pensem na história do país e nas crises anteriores: “A indústria é resiliente e tem demonstrado isso”. Além disso, o responsável não tem dúvidas de que a “postura de Portugal no combate ao vírus” e na forma como está a responder é motivo de orgulho.
A crise que hoje avassala o mundo vai alterar comportamentos e formas de comunicação em todo o tecido empresarial. Na indústria dos eventos, Diogo Assis acredita que a “democratização será uma realidade”, pelo que é fundamental refletir e pensar no “modelo de negócio” das empresas. No entanto, não descura a importância da fisicalidade: “Estamos cansados deste 100% digital e a fisicalidade não será substituída permanentemente”, acreditando que poderá ser diferente, mas que “não desaparece”. Além disso, dos cenários que estão a ser feitos para o futuro, o responsável diz que, em todos, há sempre uma característica física: “Ainda é possível ter alguma fisicalidade”, diz. Quanto à questão da democratização, Diogo Assis diz que é uma opção que tem de ser dada às pessoas e “não a obrigação de ter de participar”. Ao nível operacional, o responsável afirma que estão a ser “redesenhados processos”, assim como as “políticas de compras”. Uma vantagem competitiva que Portugal tem em relação a outros países é a capacidade de poder fazer eventos ao ar livre: “Podemos fazer muitas atividades”, acreditando que será uma vantagem na escolha de um evento.
Relativamente a eventos internacionais, Diogo Assis atenta que esta questão está dependente do Governo: “A aviação é mãe de grande parte do turismo. Não nos podemos limitar ao turismo terrestre”. O responsável não tem dúvidas de que este é um desafio e que precisa de uma solução: “Repensar e viabilizar a aviação” é crucial, sublinha.
Neste momento de incerteza, a Voqin’ recorreu a uma política de proteção de valores: “O nosso propósito é provocar emoções”. Deste modo, está a ser impulsionado o “empreendedorismo” das equipas, onde são fundamentais novas competências. Também foi respeitado o momento inicial dos clientes: “Agora, estamos num ambiente colaborativo com clientes de muitos anos”, refere.
Diogo Assis não tem dúvidas de que a crise será uma oportunidade para “nos juntarmos e pensarmos em conjunto”, na “promoção” do território: “Somos tão pequenos para dispersar orçamentos. Temos que nos juntar à volta de uma marca que é Portugal”.