“Este ano o mercado francês vai explodir em Tróia”

2015 foi de crescimento para o Alentejo, apenas com dados definitivos relativamente a novembro, sendo que a região deverá fechar o ano com 14% de aumento de turistas internacionais, superando os objetivos contratualizados com o Turismo de Portugal, assim como as expetativas que os primeiros meses do ano apontavam. De acordo com Vítor Silva, presidente da Agência de Promoção Turística do Alentejo, em entrevista ao Ambitur.pt, nos primeiros meses o crescimento deu-se devido ao turismo interno, algo que se alterou com o passar do ano.
Relativamente aos mercados, o responsável indica que o principal da região, o espanhol, com uma quota de 19%, ficou abaixo das expetativas, registando um crescimento de 1,8%. “Esperava mais, mas não conseguimos, outras regiões do país conseguiram melhores resultados”, indica acreditando porém que este ano o crescimento seja superior.
De ordem inversa foi o brasileiro, onde a Agência de Promoção Turística do Alentejo esperava chegar ao final do ano com resultados negativos, devido à crise política/económica do país. Mas isso não aconteceu, sendo que terminou o ano com números positivos, sendo também ultrapassadas as expetativas. Relativamente a 2016, este mercado é uma incógnita para o Alentejo.

No mercado francês, os resultados finais de 2015 poderão registar uma pequena quebra, que não é relevante para a Agência de Turismo, tendo em conta que nos últimos anos registou crescimentos elevados, à conta das grandes operações para Tróia. “Este é um mercado que em 50% está assente em Tróia, ou seja, dependente da grande operação”, indica Vítor Silva. Se em 2014 a operação representou 29,5 mil dormidas para Tróia, o ano passado atingiu as 20 mil, “mas repare-se que em 2013 os valores registados foram de 380 dormidas”, relembra o responsável. É pois neste mercado que está uma das grandes expetativas da região pra o crescimento internacional. “Este ano o mercado francês vai explodir em Tróia, estão praticamente fechadas três grandes operações para o nosso único destino que podemos trabalhar a grande operação, Tróia”, acrescenta o entrevistado.

O mercado alemão cresceu em 2015 para a região, mas tem potencial para crescer muito mais, acredita a Agência de Promoção Turística do Alentejo, atendendo à baixa percentagem de alemães que fazem férias em Portugal. Vítor Silva reconhece que “estivemos nos últimos anos a acertar a estratégia para este mercado”, sendo que são esperados melhores resultados para o ano em curso. “Antes íamos a Berlim (ITB) e pouco mais fazíamos, agora estamos a apostar a focalizar a estratégia em destinos potenciais, com poder de compra, como Hamburgo, Estugarda, Colónia e Munique, através de variadas ações, como roadshows com empresas, encontros com agentes de viagens, numa colaboração ótima com a equipa do turismo português naquele país”, explica o entrevistado.

Relativamente ao mercado inglês este tem tido altos e baixos para a região. Para Vítor Silva, “aqui haverá muitas deficiências do nosso trabalho, estamos a tentar melhorar, por vezes é mais fácil dizer que não estamos satisfeitos com aquele trabalho do que perceber o que podemos fazer”. O responsável acrescenta que “precisamos em cada mercado de uma antena, para além da do Turismo de Portugal, precisamos de parceiros locais. Neste momento estamos com alguma dificuldade em encontrá-los”.

Um dos mercados «estrela» do Alentejo é o holandês e belga (trabalhado em conjunto pela Agência). “Este é um mercado que explodiu completamente, vamos chegar ao fim do ano com um crescimento de 40%”, indica Vítor Silva. Se Portugal está a ter uma procura muito grande na Holanda, a procura pelo Alentejo está a ser impressionante, indica o responsável. “Temos feito um trabalho para este mercado, que começou há alguns anos, que está a ter reflexos”, acrescenta Vítor Silva. Um dos nossos parceiros da região é o operador Girassol, “que vendeu com a nossa colaboração, entre o último dezembro e os finais de fevereiro, só para as Pousadas, cinco mil noites. Há dois anos atrás eram zero noites. Falamos em estadias de sete dias”. A procura do mercado alemão surge não só do cliente final como dos operadores, sendo que a Agência de Promoção Turística do Alentejo continua a ser requisitada por operadores que procuram para vender Alentejo. “Fechámos dois contratos com dois operadores holandeses, que nos procuraram, mas não só. Este é um mercado que estamos a acompanhar e a marcar presença periodicamente, como em breve estaremos na Antuérpia, Haia e Bruxelas”, acrescenta Vítor Silva, que não se esquece “de destacar o trabalho fabuloso que a delegação do Turismo de Portugal tem prestado e feito”.