Os preços disponibilizados pelas OTA’s (agências de viagens online) para os bilhetes de avião são, em média, 25% mais elevados do que se reservassem diretamente com as companhias aéreas. São os resultados de um estudo recente da consultora Syntesia para a Airlines for Europe (A4E).
Segundo este estudo, os consumidores que acedem aos seus bilhetes aéreos através destas empresas enfrentam “encargos e gastos ocultos” que por vezes são “falsamente” atribuídos às companhias aéreas, como é o caso de cobrar para receber alertas por SMS. O principal motivo para a A4E querer elaborar este relatório foi identificar as consequências da elevada concentração registada no mercado de intermediação
A análise indica que existem duas grandes agências que controlam 50% do mercado europeu, e três delas dominam 95% do mercado dos sistemas de distribuição global, sendo que uma delas tem controlo de entre 60% e 65% da Europa Ocidental. E conclui que a distribuição dos bilhetes das transportadoras aéreas está a mudar à medida que os sistemas tradicionais de distribuição global perdem quota de mercado a favor dos meta-pesquisadores e das agências online.
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A diretora geral da A4E, Ourania Georgoutsako, assinala que relativamente ao mercado único da UE se abriu “um leque de possibilidade sem precedentes” e transformou por completo o transporte aéreo e os consumidores, um sucesso que se baseia na “equidade e igualdade de condições”.
No entanto, o relatório mostra que há ameaça de um mercado concentrado no qual as OTA’s “não enfrentam as mesmas obrigações para os consumidores que as companhias aéreas”. Por isso, Ourania Georgoutsako revela que a nova legislação sobre os direitos dos passageiros, recentemente proposta, deveria “impedir o parasitismo” e atribuir obrigações a cada agente do mercado. “Em última análise, os consumidores deveriam sair a ganhar, com maior clareza e transparência”.