Estudo indica que Portugueses poupam dinheiro para viajar

De acordo com o European Consumer Payment Report (ECPR), desenvolvido pela Intrum Justitia, a partir de dados recolhidos numa pesquisa realizada em simultâneo, a 21.317 cidadãos europeus de 21 países, 42% dos inquiridos poupa dinheiro mensalmente para viajar. No entanto, e de acordo com a pesquisa, está cada vez mais difícil para os jovens conseguirem a sua independência. Mais de 29% dos inquiridos com idade inferior a 35 anos afirmam que a sua situação financeira os obrigou a regressar para junto dos pais.

Este estudo, que contou com a participação de 1.010 consumidores nacionais e tem como objetivo conhecer a situação e saúde financeira das famílias, mostra que 46% dos entrevistados nacionais acredita que vai precisar de ajudar financeiramente os seus filhos, mesmo quando estes saírem de casa, 29% confessa que por razões financeiras os seus filhos não podem sair de casa tão cedo como desejariam e 27% defende que os seus filhos vão ter maiores dificuldades financeiras do que eles.

Grande parte dos entrevistados dos pais portugueses (95%) tenta ensinar os seus filhos a gerir o dinheiro, registando a taxa mais alta dos países analisados. Além disso, 86% defende que as crianças deveriam aprender mais sobre economia nas escolas.

O estudo conclui que 17% dos inquiridos pediram dinheiro emprestado nos últimos seis meses, um ligeiro aumento comparativamente ao ano anterior (15%). E, mais de metade das pessoas que pediram dinheiro emprestado (65%), escolheu a família como principal fonte de financiamento, 23% os amigos e 14% pediu um empréstimo ao banco. Apesar de cumprir a obrigação de pagar as suas contas, 59% afirma que depois de as pagar, fica preocupado por recear não ter dinheiro suficiente.

No que respeita à emigração verificou-se, este ano, uma diminuição do número de pessoas que pondera esta opção (17%), quando comparado com os 40% registados no ano passado. No caso de optarem por sair do país, a maioria escolhe o Reino Unido (24%), a França (10%) e a Suíça (9%) como países de acolhimento. O estudo europeu revela ainda que Portugal está contemplado nas opções como destino de emigração de 11% dos franceses e de 5% dos suíços, o que se apresenta como novidade nas conclusões do ECPR.

As finanças afetam igualmente a vida conjugal. Assim, 20% dos casais inquiridos em Portugal afirma que as razões económicas são um dos motivos para manterem ou prolongarem o seu relacionamento, um valor ligeiramente menor do que o verificado no ano passado (24%).

O estudo analisou ainda o comportamento dos inquiridos no que respeita às compras e conclui que mais de um terço (35%) dos jovens afirmam que a facilidade criada pelas compras online aumenta os seus gastos, 58% tem cartão de crédito, 26% gasta dinheiro regularmente em compras online, 33% fez este ano mais compras online e 50% prefere receber as suas contas em formato digital.

De acordo com Luís Salvaterra, diretor Geral da Intrum Justitia,“a sociedade precisa de encontrar novas formas para transmitir aos jovens os conhecimentos necessários para responder às dificuldades do amanhã e as escolas precisam de assumir o seu papel e preparar adequadamente os jovens para uma realidade económica complexa que os espera no futuro. Assumir a responsabilidade pelas finanças pessoais e consumir com moderação, juntamente com a plena compreensão das consequências de uma dívida, são questões muito relevantes e têm de ser transmitidos aos jovens. É neste âmbito que a Intrum Justitia está a desenvolver alguns projetos que permitam aos alunos ter acesso a lições interativas sobre economia doméstica”.

Leia o estudo aqui: ECPR2016.