Eu Sou Agente de Viagens… Fernando Braz

A Ambitur.pt estreia hoje mais uma rubrica, desta vez dedicada ao setor da distribuição. O objetivo é levar os agentes de viagens a falar, na primeira pessoa, sobre o que é ser um agente de viagens , quais os destinos que mais os marcaram e porquê, e quais as tendências para este ano. É isso mesmo que faz Fernando Braz, um dos fundadores da Personal Travel.

Que destino mais o marcou pela positiva?
É uma pergunta para a qual a resposta não é fácil de dar, devido à variedade e beleza de tantos destinos que, felizmente, já tive oportunidade de visitar. Se fosse um exercício fácil com certeza enumeraria um sem número de destinos cuja beleza e exotismo dariam que falar. Assim, retirando esta parte da equação, vou centrar-me na Europa. E mesmo correndo o risco de ser pouco audaz e ambicioso, eu vou escolher a Alemanha. Mas calma… qual Alemanha? A Romântica, claro está! A famosa Estrada Romântica cujas vilas são literalmente tiradas de um
conto de fadas, e ainda hoje conseguem-me arrepiar. Os vários castelos desde Wurzburg a norte, passando por Rotemburgo, Steiganden até chegar a Fussen, com o famoso Castelo de Luis II da Baviera, deixam-me realmente sem fôlego. A combinação entre beleza natural, beleza histórico-patrimonial e artística, produz em mim a sensação de perfeição de destino a visitar. E os alemães? Bom, pode ser controverso. Eu vejo o lado positivo – Pragmáticos, corretos e eficientes. Tudo funciona e bem!

Quando preciso de lavar a alma e descasar a mente, “Romantische Strasse” salva-me.

Qual o destino que mais o marcou pela negativa?
Pois é, lá vou eu ser polémico de novo e com o risco de ser acusado de contraciclo. Mas é o que é. Não fosse a beleza das suas gentes e matriz cultural que lhes está impregnada não veria interesse em lá voltar. Refiro-me à ilha do Sal em Cabo Verde. O que de bom retiro da ilha é o que me faz pensar, eventualmente, lá voltar. As pessoas.

Para quem gosta somente de hotel e praia, pode ser interessante. Quem procurar algo mais para rentabilizar o enriquecimento da viagem, não vejo onde o conseguir. Salvo, como já disse, o humanismo daquela rica gente. É uma opinião pessoal, claro está. E muito fazem eles que quase do nada fazem motivos de visitas. Uma ilha seca, quase lunar onde o sol faz questão de não dar tréguas mesmo sabendo que nada tem para queimar.

Qual o destino que falta conhecer?
São tantos destinos ainda por conhecer que teria uma boa lista para enumerar. Mas vou escolher Seoul na Coreia do Sul. Ainda não houve a oportunidade e ao mesmo tempo conhecimento suficiente, confesso, para o  programar. Mas está na calha. Será, com certeza, uma cidade vibrante, com uma boa dose de High-tech e com gente “muito à frente”. Tenho essa curiosidade e, por conseguinte, estou a maturar o assunto.

Qual o destino que não se cansa de ir, porquê?
Quase que diria “home sweet home”, Amesterdão é o destino escolhido. Que cidade! Que arquitetura! Que forma leve e proveitosa de levar a vida! Os Holandeses sabem viver. E não precisam de muito para aproveitarem. Uma taça de vinho e um pedaço de queijo et voilá… satisfação garantida. Não fosse o cinza do tempo, seria o local ideal para se viver. Ricos de história e arte, afoitos nas conquistas e sorrisos nos lábios.

Qual o seu próximo destino, o que espera ver?
A Grande Barreira de Coral na Austrália.

É caso para perguntar o que espero não ver, tal é a terrível ameaça deste precioso ecossistema subaquático. A viagem será um circuito na Austrália, com uma ida à Grande barreira de coral no estado Queensland. Será com certeza um dos high lights do programa em que espero me deslumbrar com cores dos corais e espécies de peixes. Quem estiver a pensar fazer esta viagem, pois que o faça rapidamente, antes que seja tarde.

Que lembrança nunca se esquece de trazer?
Trago sempre na “lembrança”, as histórias das viagens. A melhor lembrança, é lembrar em cada viagem que faço, as histórias que nelas fazem história.

Quais as tendências de destinos que pressente para este ano?
Pelo que nos parece, Brasil, Tailândia, Tanzânia, India, Cruzeiros, Nova Iorque…Além da Ásia em geral e das habituais Caraíbas, México e República Dominicana

O que é ser agente de viagens?
Antes de tudo tem que ser sonhador, resiliente e saber sofrer. Conseguir levar o cliente a viajar sem se mover. Ser contador de histórias e transmitir de forma empírica as sensações vividas ou mesmo esperadas. É saber gerir expectativas. É transmitir conhecimento com propriedade e confiança. É ser profissional e honesto. É ser cauteloso e arguto.

Onde fica a sua agência de viagens? Quer contar um pouco da sua história?
A nossa agência de viagens fica na mui nobre e invicta cidade do Porto. Eu, a Maria João, o André e o Marco somos os proprietários e formamos a equipa da Personal Travel com mais cinco fabulosos colegas. Embora a nossa agência não tenha tantos anos quantos nós temos, mas tem aquilo que muitos anos, só por si, não dão. Experiência e conhecimento. Sim, já levamos quase 30 anos a fazer sorrir e sonhar muitas pessoas. Sempre fácil? Claro que não! Mas muito enriquecedor e prazeroso. Somos quatro sócios e cada um deles diferente nas suas valências. Uma equipa ganhadora que toca todos os recantos do setor do turismo, e que faz com que a nossa agência de viagens seja extramente versátil, sólida e que tenha a confiança de tantos e bons clientes.