Europa está a perder mercado no turismo global com atual política de vistos

A Europa está a perder a sua quota de mercado nas chegadas de turistas a nível global. Dentro de alguns anos, o continente deverá receber a minoria dos turistas mundiais pela primeira vez na história, de acordo com a European Travel Comission (ETC). Os atuais regimes de vistos europeus são um fator importante neste declínio pois as obrigações de vistos bloqueiam muitos turistas de lazer e de negócios devido a processos complicados, tempos de processamento e despesas associadas a obter um visto.
A ETC já pediu ao Tourism Economics que realize uma análise económica do impacto que um regime de vistos favorável teria para 10 mercados emissores prioritários: China, Rússia, Índia, Turquia, Indonésia, Bielorrúsia, Tunísia, Arábia Saudita, África do Sul e Tailândia, que juntos representam mais de metade (53%) das visitas limitadas por vistos para destinos na Europa. Os resultados preliminares sugerem que as chegadas destes mercados para destinos europeus aumentariam em 70%.
Outros dados indicam que se pode atingir um crescimento de 4% na procura turística alinhando os processos de vistos com as atuais “melhores práticas”, o que implica taxas mais baixas, menos burocracia, processos agilizados e melhor partilha de informação (por exemplo, entre companhias aéreas e entidades emissoras de vistos). Aumentar os períodos de validade dos vistos existentes e oferecer processos de renovação simplificados para quem se candidatou com sucesso a um visto no passado também teria impactos positivos.

Oferecer novos tipos e vistos que sejam mais fáceis de obter, tais como um e-visto ou um visto à chegada, também diminuiria o “fardo” dos potenciais viajantes, conduzindo a um crescimento anual médio 8% mais alto. Oferecer uma isenção de visto a viajantes de mercados emissores de confiança resultaria num aumento da procura superior a 16% ao ano.

Dependendo da extensão da reforma dos vistos, a adopção de tais políticas poderia gerar entre três e 19 milhões de visitantes adicionais por ano para a Europa até 2020, criando milhares de novos empregos sem comprometer a segurança ou arriscar imigração indesejável.