Eurostat: transporte aéreo caiu 73% em 2020

O Eurostat divulgou os dados do transporte aéreo relativos a 2020, altura em que os países de todo o mundo adotaram medidas restritivas para impedir a propagação da Covid-19, afetando seriamente a indústria da aviação.

Assim, em 2020, o número total de passageiros que viajaram de avião na União Europeia totalizou os 277 milhões, uma diminuição substancial de 73% face a 2019.

Todos os Estados Membros registaram fortes quebras em 2020 relativamente ao ano anterior. A maior descida verificou-se na Eslovénia (-83%), seguindo-se a Eslováquia e a Croácia (ambas -82%). Entre os restantes Estados Membros da UE, 20 sofreram uma descida de 70% ou mais no mesmo período. Os quatro países restantes registaram decréscimos de mais de 65%, com o Luxemburgo a apresentar-se com a menos descida (-67%).

O primeiro impacto das restrições Covid-19 foi visível em março de 2020, com uma diminuição de 61,6% do número de passageiros na UE face a março de 2019. As restrições conduziram a quedas significativas no número de voos comerciais nos meses seguintes. A maior queda observou-se em abril (-99% face a igual mês de 2019). Em maio e junho as descidas foram superiores a 90%. No segundo semestre do ano, as quebras ainda foram expressivas. O mês mais afetado no segundo semestre foi novembro, com uma descida de 88,4% face a novembro de 2019. O mês que menos sofreu foi agosto, mesmo assim com uma diminuição substancial de 72,5%.

O transporte de passageiros extra-UE representou 45% do total de transporte aéreo de passageiros em 2020. Por outro lado, o transporte intra-UE representou 33% e o transporte nacional 22%. Comparado com 2019, a percentagem de transporte extra-UE e intra-UE diminuiu em seis e um pontos percentuais em 2020, beneficiando o transporte doméstico.

Todos os Estados Membros registaram declínios substanciais no transporte intra-UE e extra-UE. Contudo, mesmo com a diminuição significativa do transporte doméstico na maioria dos Estados Membros em 2020, houve três exceções: a Lituânia que registou 1229 passageiros em 2020 quando teve apenas 15 em 2019; a Hungria (672 passageiros em 2020 e 272 em 2019) e os Países Baixos (4988 passageiros em 2020 e 1527 em 2019).

Entre as 10 melhores rotas, a Alemanha esteve em cinco, com a mais significativa a ser o tráfego entre a Espanha e a Alemanha, que representou um quinto das principais 10 rotas de passageiros e 7,4% de todo o transporte intra-UE. Todas as rotas mostraram quebras substanciais entre 2019 e 2020, entre -57,6% e -79,2%.

No que diz respeito ao mercado extra-UE, a Europa, à exceção da UE, foi o principal destino/origem dos passageiros que viajaram de avião em 2020, com 60,4% do total do transporte extra-UE. A percentagem mais baixa observou-se na Oceânia e nas regiões polares a sul (0,1%). O transporte para todas as regiões do mundo diminuiu significativamente. Em termos relativos, o maior declínio observou-se no transporte com a América do Norte (-82,9%), enquanto que a menor descida se registou no transporte com a Oceânia e as regiões polares a sul (-39%).

Entre os aeroportos da UE, o aeroporto Paris Charles de Gaulle foi o predominante, com o total de passageiros mais elevados em 2020 (22,2 milhões de passageiros). Seguiu-se o Amesterdão Schiphol (20,9 milhões), Frankfurt Main (18,7 milhões), Madrid Barajas (16,5 milhões), Barcelona El Prat (12,4 milhões), Munique (11,1 milhões) e Paris Orly (10,8 milhões), os únicos aeroportos a registarem mais de 10 milhões de passageiros.

O número de passageiros diminuiu substancialmente em todos os aeroportos em 2020 comparado com 2019, oscilando entre -83,3% em Ljubljana e -60& em Sofia. O número de voos de passageiros também diminuiu significativamente em todos os aeroportos em 2020 face a 2019, variando entre -81,1% em Ljubljana e -49,4% na Gran Canaria.

Os principais 10 pares de aeroportos dentro da UE caracterizaram-se por rotas domésticas. A ligação com maior número de passageiros em 2020 foi entre os aeroportos de Palma de Mallorca e Barcelona El Prat, com 821 mil passageiros. Todas as rotas registaram diminuições expressivas entre 2019 e 2020, variando entre -70,7% para a ligação Madrid Barajas – Barcelona El Prat e -33,9% para Paris Charles de Gaulle – Nice Côte d’Azur.