Évora Hotel: “Temos de reinventar cada vez mais para acrescentarmos valor à oferta, sem aumentar os custos”

Depois de alguns meses de portas fechadas, são já vários os hotéis que começam a reabrir para um “novo” verão. Ambitur.pt está a falar com algumas dessas unidades, que nos contam quais as expectativas que têm para os próximos meses e como está a ser feita esta abertura.

O Évora Hotel, unidade que desde sempre apostou no segmento de eventos, congressos, corporate e famílias, voltou a abrir portas no passado dia 1 de junho, mas “com muito poucas reservas em carteira”, admite Miguel de Melo Breyner, diretor geral do estabelecimento. E as poucas reservas existentes provinham do mercado de lazer/ famílias, sendo este justamente o mercado que “tem vindo a crescer nas reservas deste hotel nomeadamente na famosa semana dos feriados de junho”, adianta.

O gestor explica que a abertura do Évora Hotel se verifica para “reentrarmos no mercado, o que seria muito difícil se continuássemos encerrados”. Mas a verdade é que as previsões para os próximos meses são “baixas”, reconhece. “O mercado será essencialmente nacional, com alguma esperança no espanhol a partir de 1 de julho, devido à reabertura das fronteiras espanholas com Portugal, que poderá alavancar a ocupação nesta região, e neste hotel”, avança Miguel de Melo Breyner.

Por outro lado, o diretor-geral da unidade alentejana esclarece que também a imagem como Portugal lidou com a pandemia irá valorizar o país enquanto destino turístico. “O Alentejo foi das regiões menos afetadas e vai-se destacar, dados os seus recursos naturais, o que nos permite potenciar o turismo de Natureza e, neste campo, o Évora Hotel tem todas as condições necessárias para poder melhorar a sua ocupação com todo o seu potencial que tem neste segmento de natureza”, reforça o responsável.

Mas é evidente que há desafios pela frente. E, para Miguel de Melo Breyner, o principal para superar esta fase “é a gestão diária da nossa oferta com poucos clientes, comparativamente a anos anteriores, em que temos uma fraquíssima faturação e assim temos de gerir muito bem os nossos custos”. O gestor admite que sendo a oferta superior à procura, a lei do mercado apontaria para um ajuste dos preços mas “esta questão não se aplica porque os nossos custos aumentaram bastante e será um ‘suicídio’ baixarmos preços”. O que significa que “temos de reinventar e inovar cada vez mais para acrescentarmos valor à nossa oferta, sem aumentar os custos”. Outro desafio para o qual o diretor geral do Évora Hotel alerta é a necessidade de formar e adaptar as equipas às novas tecnologias, que “serão essenciais na nova fase”.

No Évora Hotel a higiene foi sempre uma das preocupações mas a unidade efetuou algumas alterações dada a atual situação de pandemia, que passam pela rotina dos próprios colaboradores, o atendimento ao cliente, o funcionamento do restaurante e do bar, bem como os serviços de limpeza de quartos e áreas comuns. “Estamos numa propriedade com cerca de 12 hectares e assim privilegiámos mais o espaço exterior com esplanadas ,e também para caminhadas a pé ou de bicicleta, que temos à disposição dos nossos hóspedes”, remata Miguel de Melo Breyner.

Cumprindo todas as normas exigidas, e contando com o selo Clean & Safe do Turismo de Portugal, o hotel procurou, no entanto, evitar parecenças com hospitais.