EY: Portugal é o 4º país mais penalizado pela quebra no turismo

Não é surpresa que a Covid-19 teve um forte impacto no setor do turismo a nível mundial. E, segundo um estudo da consultora EY, Portugal está entre os países mais penalizados pelas quebras sentidas na indústria turística. A Jamaica está no topo, com a previsão de que esta crise custe 11% ao PIB do país este ano. Já Portugal surge no 4º lugar, com uma perda de 11,7 mil milhões de euros no PIB nacional, o que corresponde a -6%.

À frente de Portugal está ainda a Tailândia (-9% do PIB) e a Croácia (-8%). Sendo que no ranking da EY surgem logo depois de Portugal, a República Dominicana, Quénia, Marrocos (os três com -5%) e a Grécia (-4%).

“A Organização Mundial do Turismo coloca Portugal no grupo de países que mais sairá afetado com a quebra do turismo, tanto em termos de impacto no PIB como em termos absolutos (13,9 mil milhões de dólares) próximo do valor das subvenções enquadradas no Mecanismo de Recuperação e Resiliência Europeu alocados a Portugal)”, refere a EY, na quarta edição do “Caderno de Notas”, dedicado à “Crise Económica da Covid-19”, e que conta com a supervisão e direção científica do antigo ministro da Economia Augusto Mateus, indica o jornal ECO.

“A quebra estimada no PIB é feita com base nos dados da CNUCED tendo em conta não só a quebra esperada do turismo a nível global, mas também a exposição que cada país tem aos respetivos mercados emissores e as quebras esperadas para cada um deles, assim como a estrutura económica de cada mercado”, explica ao ECO Augusto Mateus. O economista sublinha que estes dados demonstram como “Portugal é dos países do sul da Europa onde o turismo tem maior expressão” e lembra que esta perda de 11,7 mil milhões de euros é um valor muito próximo dos 15,3 mil milhões que Portugal garantiu a fundo perdido, no âmbito do Fundo de Recuperação Económica pós-pandemia.

Em território nacional, os setores mais afetados pela quebra do turismo serão o da recreação e outros serviços (-55%), o alojamento e restauração (-21%) e o transporte aéreo (-17%).

Os impactos da pandemia no turismo são admitidos por todas as entidades, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), que já tinha estimado perdas no turismo superiores a 2% do PIB. Atrás de Portugal aparecem a República Dominicana (-5%), Quénia (-5%), Marrocos (-5%) e Grécia (-4%).