Fam Trip Jolidey (3): “As pessoas podem estar descansadas porque vêm com toda a segurança” ao México

A Jolidey, conjuntamente com a Iberojet e Barceló, organizou uma fam trip a Cancun, Riviera Maya. Esta viagem de familiarização que contou com a presença de cerca de duas dezenas de agentes de viagens teve como principais objetivos dar confiança ao mercado relativamente às viagens turísticas internacionais e, por outro lado, mostrar que o México está preparado para receber os turistas portugueses nesta fase de pandemia Covid-19. Ambitur, a convite do operador turístico, juntou-se a este grupo de profissionais e dá conta, nos próximos dias, de como os agentes de viagens encaram o México como destino preferencial de férias para os seus clientes, mas não só. Afinal como os agentes de viagens têm partilhado o atual momento de pandemia com os seus clientes, porque o seu papel hoje é mais relevante perante o consumidor, são algumas das questões abordadas com estes profissionais, enquanto percorriam o México, mais concretamente a zona da Riviera Maya.

E foi sobre o México que começou a nossa conversa com Neusa Almeida, da Instantes Viagens, que se localiza em Alcobaça. Para a entrevistada, o México “está” preparado para receber os turistas nacionais, pois “o facto de ser um país em que o turismo tem um papel fundamental no desenvolvimento na economia acabou por prepará-lo atempadamente e bem para receber turistas nesta fase”. Indica Neusa Almeida que “por aquilo que vimos percebemos que os hotéis estão bem preparados, implementaram todos os protocolos de segurança que também temos na Europa. Nesse aspeto, as pessoas podem estar perfeitamente descansadas porque vêm com toda a segurança”.

A responsável também acredita que não há grandes diferenças para quem veio ao México antes da pandemia ou nesta altura. “Naquilo que é o essencial no México não há grandes diferenças. Pelos hotéis que até agora já visitámos, as coisas estão a funcionar muito bem. Há um cuidado muito grande no sentido em que as pessoas cumpram os cuidados de segurança, por exemplo, no que diz respeito à desinfeção com álcool/gel e à medição da temperatura, de forma a garantirem que as pessoas estão de facto bem, mas depois, dentro dos restaurantes, não se verifica uma grande restrição condicionadora de quem se pretende servir, obviamente com todos os cuidados”, indica a agente de viagens.

Quanto às atrações turísticas que a responsável destacaria aos seus clientes, destaca-se Chichen Itza, “sem dúvida nenhuma, pois é uma das Sete Maravilhas do Mundo, sendo que nem todas estão intactas”. Alerta a responsável que esta visita deve ser muito bem planeada, porque, por exemplo, para quem tem crianças e viaja na altura em que nós viajámos, julho/agosto, encontra um país com uma temperatura muito alta e com muita humidade, o que a pode tornar extenuante. “Mesmo assim acho que vale completamente a pena”, acrescenta. Numa vertente mais lúdica, Neusa Almeida destaca o Parque de Xcaret, “que também proporciona um dia fantástico, onde além da diversão normal podemos também conhecer um pouco da cultura Maya, porque este está muito virado para essa lógica”. Por outro lado, a agente de viagens destaca “numa vertente mais de aproveitar a natureza a Isla Mulleres ou o parque aquático de Xel-Há, onde se observa uma componente natural muito gira”. Refira-se que algumas destas atrações foram vivenciadas pelo grupo de agentes de viagens que fizeram parte da viagem de familiarização que a Jolidey proporcionou recentemente ao México.

Mas para a preparação da viagem ficar completa, falta falarmos sobre a unidade hoteleira mais aconselhada ao cliente. No entanto, para Neusa Almeida isso depende muito daquilo que o cliente mais valorize num hotel. “Há clientes que têm uma predileção grande pelo aspeto praia e essa é uma variante que atualmente no México tem de ser muito bem analisada, devido à situação verificada nos últimos anos relativamente ao sargaço, sendo que há zonas onde isso é mais evidente do que em outras.” Aconselha então a responsável que “se for um cliente que utilize muito a praia temos de ter em atenção esse aspeto. Caso contrário, os hotéis acabam por ter, todos eles, um padrão de qualidade bastante satisfatório, dependendo depois dos valores que se pretenda gastar”. Refere ainda a agente de viagens que “havendo hotéis com praias não tão boas, estes têm depois infraestruturas, como piscinas ou mesmo parques aquáticos, muito bem trabalhados”.

A responsável da Instante Viagens destaca ainda que “se for um cliente que queira e que goste de conhecer um bocadinho mais aquilo que é a cultura do próprio país, embora a zona da Riviera Maia não seja propriamente um exemplo claro de cultura mexicana, pois já está muito virada para o turismo, poderá ficar num hotel mais perto da zona da Playa del Carmen, onde já pode sair do hotel e passear, fazer compras, jantar em restaurantes locais, para não ser só aquela vida de hotel, hotel e hotel”.

O papel do agente de viagens tornou-se mais relevante?
Terá o papel do agente de viagens ficado mais relevante com a pandemia? A entrevistada responde de pronto: “Creio que sim”. Neusa Almeida recua ao início da pandemia e relembra que “apesar de ter sido uma época difícil, temos essa noção e sabemos que nem todas as agências de viagens conseguiram ultrapassar da melhor forma esta época, mas creio que enquanto agentes de viagens as pessoas nos começam a encarar com um pouco mais de respeito”. Até, porque, continua a entrevistada, “acabámos por ser a tábua de salvação de muitos consumidores. Foi recorrente, ao longo deste ano, pessoas que até poderiam não ser nossos clientes e que marcaram um voo ou compraram a estadia num hotel pela internet e quando chegou a pandemia e quiseram pedir um reembolso, precisaram de alterar uma data ou solicitar um voucher, viram-se em dificuldades. Pois, muitas vezes, os sites nos quais os clientes compram não têm sede em Portugal ou atendimento em português.”

Considera então a profissional que “sem dúvida nenhuma que o conhecimento que os agentes têm dos destinos, das realidades concretas de cada destino, ajuda a que se possa fazer uma escolha mais adequada de um local para de passar férias. Além disso, e na atualidade, há uma outra questão que a maior parte das pessoas desconhece que são os requisitos de entrada em cada um dos países”. Esta é aliás uma questão que vários agentes de vagens alertam: “muita gente chega-nos a dizer que quer ir passar férias a determinado país, sem saber que tem de fazer um teste PCR para ir e outro para voltar”. Indica Neusa Almeida, que “quando as pessoas se aventuram, digamos assim, a fazer compras pela internet, convém que tenham esse cuidado porque depois acontecem situações desagradáveis como chegarem ao aeroporto e não poderem embarcar por não terem as documentações necessárias”.

Conclui a entrevistada reafirmando que “o papel do agente de viagens acabou por sair reforçado com tudo isto”.

A entrevista foi realizada ainda antes do atual agravamento do número de casos por infeção de Covid-19 em Portugal. Ainda não sabendo as consequências na prática deste novo dado, questionámos os agentes de viagens sobre o aumento do número de reservas para viagens internacionais.

De acordo com Neusa Almeida, “os sinais de uma retoma já são evidentes, no último mês (junho) o nosso nível e ciclo de trabalho já esteve semelhante ao que era em maio de 2019. Não quer dizer que em termos de reservas se concretizem, como acontecia na altura, lá está, porque muita gente tem a vontade de viajar, mas depois desconhece determinadas especificidades atualmente”. A agente de viagens dá um exemplo concreto: para uma família com dois adultos e duas crianças e que queiram ir passar umas férias a um destino que obrigue testes PCR à saída e à chegada num orçamento de férias falamos num custo adicional de 800 euros. Indica a responsável, “a vontade existe, as pessoas querem sair, estão a procurar alternativas, porque muitas o ano passado não foram, mas é urgente, dentro da União Europeia haver uma regulamentação para que os países aceitem testes antigénios pois são mais acessíveis”.

Conclui Neusa Almeida que o principal entrave às pessoas viajarem “não é a falta de confiança, o receio em viajar, aí as pessoas já ultrapassaram, agora a questão coloca-se ao nível financeiro diretamente associada à questão dos testes e documentação necessárias para viajar”.

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