Fam Trip Jolidey (4): “O índice de satisfação dos clientes que procuram o México é muito elevado”

Podem os turistas nacionais sentir confiança e segurança em fazerem férias fora do país? E por que razão o agente de viagens é uma mais-valia na hora da escolha e da reserva da viagem? Estas são algumas das questões abordadas com alguns agentes de viagens enquanto percorriam o México, mais concretamente a zona da Riviera Maya. Mas não só, também ficamos a saber porque o México é um dos destinos mais atrativos do mundo, para o consumidor final e para os profissionais de turismo.

A Jolidey, conjuntamente com a Iberojet e Barceló, organizou uma fam trip a Cancun, Riviera Maya. Esta viagem de familiarização que contou com a presença de cerca de duas dezenas de agentes de viagens teve como principais objetivos dar confiança ao mercado relativamente às viagens turísticas internacionais e, por outro lado, mostrar que o México está preparado para receber os turistas portugueses nesta fase de pandemia Covid-19. Ambitur, a convite do operador turístico, juntou-se a este grupo de profissionais e tem dado conta de como os agentes de viagens encaram o México como destino preferencial de férias para os seus clientes, mas não só.

Um dos agentes de viagens que a Ambitur entrevistou é Paulo Faria, da Vizela Viagens, situada em Vizela. Para o responsável, a viagem de familiarização promovida pela Iberojet ao México mostrou que o país está preparado para receber os turistas portugueses e isso foi verificado nos autocarros/ tranfers que permitiam a medição de temperatura à entrada, assim como disponibilizavam álcool/gel para desinfeção das mãos. O mesmo se verificou nos hotéis (foram várias as unidades inspecionadas pelos agentes de viagens ao longo da estadia de sete dias no México) “tanto à entrada, como nos seus restaurantes, por exemplo, senti-me seguro em todo o lado”. Para Paulo Faria, estas viagens são importantes pois “nós, como agentes de viagens, neste caso, estamos a experienciar o destino e, se nos sentimos seguros, é essa a mensagem que vamos passar aos clientes”. Mas, “não podemos deixar de pensar que estamos numa pandemia e devemos ter todos os cuidados aos quais já nos habituámos”.

Para o responsável, o México tem um problema, tem muito para se ver e para se fazer, “uma semana só não dá”. Paulo Faria considera imperdível na Riviera Maya a vertente cultural de Tulum e Coba. Imperdível considera também Chichen Itza, que é uma das sete maravilhas do mundo. Depois, destaca o entrevistado, “há a «movida» da Playa del Carmen, à noite, que nos traz uma forma descontraída de conhecer o México”. A não esquecer os parques temáticos, como Xel-Há e Xcaret, para as famílias e crianças, “que os adoram”.

O agente de viagens destaca também que “o México tem resorts fabulosos, onde os turistas podem tirar umas férias espetaculares”. E foi nesse sentido que derivou então a conversa. Qual a responsabilidade de um agente de viagens na escolha do hotel pelo cliente? Para Paulo Faria, “esse é um dos papéis do agente de viagens. O cliente quando está a olhar para a internet e vê um hotel que está a bom preço e até aparentemente tem bom aspeto, não se pode esquecer de que há pormenores que só a experiência de um agente de viagens e o feedback de longos anos de clientes que têm estado nesses hotéis dão e isso é muito importante”. O responsável da Vizela Viagens destaca que “daí a razão desta viagem de familiarização. Por exemplo, pelo que observámos, podemos sugerir ao cliente que se calhar por mais 100 euros pode ficar num hotel que tem melhor comida, localização, com uma praia fabulosa ou uma qualidade adicional”. Paulo Faria deixa “claro que a decisão é sempre do cliente, sabemos que o fator determinante é o preço, estamos cá para reservar, mas temos de sugerir sempre qualidade”.

Retornando ao México, indica o entrevistado que “o índice de satisfação dos clientes que procuram o México é muito elevado. Dos 11 anos que tenho como agente de viagens não tive clientes que viessem do México dizendo que não gostaram. Obviamente a qualidade está cá, tem muita paisagem, muita praia bonita, cultura, o que é endógeno do México está cá. Temos um entorno perfeito para que as férias sejam espetaculares”.

E voltando ao papel do agente de viagens, como este se reencontrou com a pandemia? Para o responsável, “o papel do agente de viagens torna-se mais relevante nesta altura porque temos muita informação, temos acesso a ferramentas próprias que nos dão uma informação concentrada, por exemplo, de quais são os requisitos de entrada de cada país”. Exemplifica o entrevistado: “há algum tempo contactei com um cliente, eles tinham uma reserva em agosto para Djerba e nós aconselhámos que o cliente não fosse, pois este local está sujeito a quarentena. Ou seja, contactámos o cliente atempadamente, não deixando para a última hora, por iniciativa própria, para que pensassem trocar de destino”. Indica Paulo Faria que “são vários os casos que se colocam hoje em dia. Quando os clientes são mais jovens, até encaram uma viagem com algum espírito de aventura, mas quando tratamos de famílias com crianças pequenas devemos ter uma preocupação extra, derivado do contexto de pandemia que estamos a viver”. Alerta ainda o interlocutor que “destinos que numa outra altura fariam sentido, agora é preciso ter mais cuidado”.

Conclui o empresário que “somos agentes de viagens, temos ferramentas e pertencemos a grupos de gestão que selecionam fornecedores capazes, pois se não forem capazes a recomendação é não reservar com esses operadores, para que nós possamos também estar tranquilos e reservar uma viagem em operadores que dão confiança ao cliente e que vão prestar um bom serviço para que depois o feedback no final da viagem seja o mais satisfatório possível”.

Terminando a conversa tentámos entender como tem sido a evolução do negócio desde o início da pandemia. Para Paulo Faria, “quem viaja, vai continuar a viajar. Obviamente que ainda se nota a predominância por destinos dentro de Portugal e ilhas. Não pelo receio de viajar, mas pela obrigatoriedade dos requisitos de entrada e saída dos potenciais destinos de férias, que pesam muito nos orçamentos. Numa família de quatro pessoas estamos a falar de um custo adicional de 800 euros. Isso agregado ao custo da viagem fica um pouco incomportável. Sendo assim, as pessoas estão a deixar o viajar para fora mais para trás”.

Para o entrevistado, “a vontade de viajar até aumentou. A maior parte dos clientes o ano passado não terá gozado as férias que queria, mas a vontade está lá latente. Quando terminarem as atuais restrições, a confiança for restabelecida com a vacinação, quando se começarem a atingir as imunidades de grupo e se levantarem as restrições, tudo começará de novo”. Indica ainda o agente de viagens que “se nos pusermos no lugar do cliente compreendemos que investir 1200/1600 euros por pessoa para vir para um destino como o México ou outro ,e não poder usufrui-lo na plenitude, não é fácil. Eu compreendo o cliente que às vezes prefere não gastar tanto dinheiro e fazer umas férias internas com um orçamento mais reduzido e guardar esse dinheiro para quando for possível viajar sem essas restrições”.

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