Férias pelo país: Há vida para além da praia

O verão instalou-se e, neste país à beira-mar plantado, o que não faltam são sugestões de sol e praia de norte a sul do país. Mas a Ambitur quis ir além do óbvio e daquilo que já todos sabemos que Portugal tem de muito bom. E se, nestas férias, optasse por uns dias diferentes, longe dos areais e do Oceano Atlântico? Ficaria surpreendido com o que o nosso destino tem para oferecer para quem quer ter vida além da praia. Venha daí e explore Lisboa, o arquipélago dos Açores, o Algarve, o Centro e descubra o muito que têm para lhe dar…

Nos dias que correm, Lisboa é sinónimo de cultura, património, gastronomia entre muitos outros elementos que fazem da capital portuguesa um local cada vez mais apetecível para os turistas. E devido a esta diversidade, a praia e o sol acabam por se tornar as opções de escolha mais óbvias e, por isso, menos frequentes.

Vítor Costa, Associação Turismo de Lisboa

A verdade é que a promoção da cidade está hoje alicerçada numa oferta que prima pela diversidade e pela complementaridade. Do simples city/short break à gastronomia, passando pelo Turismo de Natureza, Lisboa ganhou o cunho de um destino alternativo que se renova, mas que não perde os seus traços identitários. Assim sendo, mesmo no verão, com temperaturas mais altas durante o dia, mas que refrescam durante a noite, os pontos de interesse turísticos são tantos que a oferta cultural domina por completo a escolha daqueles que nos visitam. “As atividades mais procuradas são, por exemplo, as experiências únicas e imperdíveis como percorrer os bairros históricos, ouvir e sentir o fado, visitar os vários museus e monumentos dispersos pela região, fazer passeios a pé, de barco, elétrico ou autocarro, ou até mesmo desfrutar dos miradouros e terraços que proporcionam vistas deslumbrantes”, explica à Ambitur Vitor Costa, diretor-geral da Associação Turismo de Lisboa.

Mais do que isso, sublinha, a cidade tem tido a “preocupação de aproveitar a intensidade turística de determinados concelhos para promover outros, através do dinamismo e excelência que nos são característicos e que nos têm permitido continuar a assegurar o crescimento sustentado entre os melhores”.

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Rumo aos Açores
Já no caso do arquipélago dos Açores, os turistas chegam sobretudo com vontade de se entregarem à beleza natural das ilhas, partindo à descoberta dos elementos naturais que ali se podem ver bem de perto.

Por essa razão, e tal como Lisboa, os Açores acabam por não ser procurados pela praia. Na opinião de Francisco Coelho, presidente do Turismo dos Açores (ATA), é preferível que olhemos para a praia como um complemento à oferta mais procurada no arquipélago.

Francisco Coelho, Turismo dos Açores

“As pessoas que nos visitam procuram especialmente os lugares mais icónicos dos Açores, muitos deles associados à natureza vulcânica destas ilhas”. É o caso das lagoas, cavidades vulcânicas, caldeiras e furnas. Destaca-se também a procura por trilhos pedestres, passeios de barco junto à costa, para observação de cetáceos, e a vertente mais cultural, como as plantações do chá e do ananás. Pode ainda aproveitar para visitar locais distinguidos pela UNESCO, quer através da Reserva da Biosfera quer através do Património da Humanidade, como a cidade de Angra do Heroísmo ou a paisagem cultural da Vinha do Pico.

Em resumo, será melhor olhar para os Açores como o destino perfeito para os amantes da natureza ou para aqueles que estão dispostos a fugir ao modelo de férias tradicionais. “Quem vem sabe que é um destino único e diferente. O nosso posicionamento está desde sempre relacionado com um destino de natureza, com uma oferta que pode atingir diferentes segmentos de visitantes, desde os que procuram umas férias mais ativas até às mais relaxantes e isoladas do stress do dia a dia”, prossegue o presidente da ATA. “Os Açores tiveram desde sempre este posicionamento e não tiveram a necessidade de o alterar para poder acompanhar a tendência atual e cada vez mais em crescimento em termos mundiais”, sustenta.

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Algarve, muito além das praias
Podíamos jurar que qualquer semelhança entre as praias algarvias e outros areais inseridos em cenários igualmente sedutores é altamente provável. Mas, desenganemo-nos, nem tudo é praia. Principal destino de férias nacional, habitualmente associado ao Sol e Praia, o Algarve também é isto: gastronomia e vinhos, alguns dos melhores campos de golfe europeus, património, animação constante, uma costa com enorme potencial para a prática de turismo náutico e paisagens de uma beleza quase irreal, mas que muitos ainda desconhecem.

Desidério Silva, Região de Turismo do Algarve

Foi a pensar nisso que a Ambitur falou com Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, que deu por si a encontrar muitas e boas razões para uma escapadinha rumo ao Sul, que o podem inspirar, e sugeriu um mágico itinerário com início na Fortaleza de Sagres (Vila do Bispo) e em Lagos.  Deslocando-se pela serra de Monchique, as águas termais e a moldura natural são um cartão de visita único. Daqui parta para Silves, onde irá descobrir algumas das mais notáveis obras de arquitetura militar deixadas entre nós pelos árabes. É o caso do Castelo de Silves, com mais de mil anos de existência, que integra a Rota dos Omíadas. Em Paderne, finalista das “7 Maravilhas de Portugal” na categoria de “Aldeia Rural”, aproveite para fazer uma paragem numa das mais antigas povoações do concelho de Albufeira.

Para experiências menos comuns, desloque-se a São Brás de Alportel, Estoi, Tavira, Cacela Velha e Castro Marim. Há desde uma fábrica de cortiça para visitar, a um romântico palácio onde pode passar a noite, dezenas de igrejas junto às belas águas do rio Gilão, uma aldeia com séculos de história erguida à beira da Ria Formosa ou as salinas, onde é produzida a afamada flor-de-sal.

Em Aljezur, delicie-se com um dos tesouros gastronómicos do Algarve, a batata-doce, refresque-se no sítio das Fontes, no interior do concelho de Lagoa, e não deixe de passar em Portimão e Olhão para provar umas sardinhas assadas e marisco fresco. Em Loulé, também as minas de sal-gema, uma atração única no país, com 230 metros de profundidade, merecem visita.

Por fim, subindo o grande rio do Sul, chegado a Alcoutim, cruzando o Guadiana a bordo de uma pequena embarcação, alcance o outro lado da fronteira onde está uma experiência radical à sua espera: atravessar o rio pelo ar, no único slide transfronteiriço do mundo, que liga Portugal a Espanha.

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Experiências memoráveis no Centro
Estivéssemos nós a sugerir-lhe um roteiro de praias costeiras e o Centro era uma opção para ir a banhos e defrutar do sol – com 200km de faixa costeira. Mas as coisas estão a mudar. O perfil do turista alterou-se e, hoje, são diferentes as motivações que o levam a escolher um destino de férias.

Pedro Machado, Turismo do Centro de Portugal.

O Centro beneficia de uma envolvente única, com 100 municípios. À região que “procura posicionar-se como a marca do Turismo da Diversidade nacional”, realça Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro de Portugal, em entrevista à Ambitur, não falta oferta natural, religiosa, gastronómica, um conjunto de empresas de animação turística, eventos culturais, história e património – como as Aldeias Históricas, Aldeias de Montanha e Aldeias do Xisto -, festivais de verão e outros fortes argumentos que justificam uma visita e estadia. “A sua diversidade em termos de produtos turísticos”, prossegue, é “capaz de proporcionar ao turista uma complementaridade de ofertas”.

Os destinos mais frequentemente procurados são Coimbra, com a sua universidade e oferta museológica, como o Museu Nacional Machado de Castro; Tomar e o Convento de Cristo; Alcobaça e Batalha, com os seus mosteiros; ou Aveiro, a cidade dos canais, dos moliceiros e dos ovos moles. Todos eles vão dar-lhe a sensação de estar no cenário perfeito.

Mas, para quem procura fugir aos grandes aglomerados urbanos, a 1.437 metros de altitude, em pleno coração da Serra da Estrela, ergue-se a praia do Vale do Rossim, a praia fluvial no ponto mais alto do país. Não muito longe, encontra a praia da Loriga, a única situada num vale glaciário. Nas margens do rio Mondego, a praia da aldeia Viçosa estende-se por mais de 10 metros, que criam uma piscina de águas cristalinas, convidativa a mergulhos – e com direito a escorrega aquático.

Mais a sul, perto de Castelo Branco, são também muitas as praias fluviais. Refresque-se na praia da aldeia da Ruiva e deslumbre-se com o cenário natural da praia da Sertã. Se esta ideia não o agradar, passe a tarde a pescar ao lado das piscinas flutuantes da praia do Malhadal.

Em Penacova, a praia do Reconquinho oferece-lhe um extenso areal com zona de merendas e um parque de campismo se lá quiser passar a noite, à beira do Rio Mondego. Também a pitoresca praia na aldeia de Foz d’Égua é o destino ideal para quem procura aliar o melhor do charme rural ao lazer na natureza.

A praia das Rocas, em Castanheira de Pêra, é mais um forte e diferenciador argumento para visitar a região do Pinhal Interior, sendo a única praia onde se podem encontrar ondas a 80km do mar.

Na nascente do Rio Nabão, a praia de Agroal é uma das mais pitorescas do país, formando uma piscina central na base de uma colina por onde escorre a água que forma o rio. Já as praias da aldeia do Mato, de Cardigos e da Quinta do Barco oferecem ainda acomodações.

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