Fernando Pinto confiante no futuro da TAP

O presidente da TAP, Fernando Pinto, afirma estar confiante no sucesso do processo de privatização da companhia aérea. “No processo geral da privatização estamos a ir muito bem. Estas negociações são sempre difíceis, normalmente não levam menos de um ano para serem concluídas e nós vamos em seis meses”, declarou Fernando Pinto, no Salão das Viagens de Negócios (SVN), realizado ontem, em Lisboa, acrescentando que o processo está a ser feito “em tempo recorde”.
Contudo, apesar de garantir que, até agora, nenhuma das partes atrasou a negociação da dívida da companhia aérea, o presidente da TAP não excluiu a hipótese de que a privatização possa estar comprometida. “Não posso dizer nada. Os acordos dependem exatamente dos dois lados”, referiu.
Fernando Pinto desvalorizou o impacto dos prejuízos de 109,6 milhões até junho – que comparam com 64,6 milhões de euros no período homólogo –, considerando que “o primeiro semestre é sempre mais difícil” e que no segundo estão a caminhar com “as dificuldades normais”.
O gestor, que foi ontem homenageado no SVN com o prémio “Gestor de Excelência”, mostrou-se confiante no futuro da empresa que gere há 15 anos e orgulhoso do passado da transportadora aérea portuguesa que deve o seu maior desenvolvimento à sua gestão.
“Conseguimos viver durante 15 anos, desde que vim para a TAP, com uma empresa descapitalizada, enfrentando concorrentes muito fortes que tinham um forte potencial de crescimento e durante dez anos fomos a empresa que mais cresceu na Europa. O que mais nos devemos orgulhar na TAP é do crescimento turístico e de negócios deste país”, referiu, acrescentando que a companhia aérea foi “líder mundial na operação entre a Europa e o Brasil”.
“A privatização era necessária para a sobrevivência da empresa. É importante virem novas pessoas, com novas ideias, que também vão decidir novos saltos”, sublinhou.
Ao agradecer o prémio entregue por Frédéric Frère, CEO do grupo Travelstore, Fernando Pinto fez questão de salientar o trabalho de toda a equipa. “Os trabalhadores da TAP fizeram um belíssimo trabalho”.
Fernando Pinto lembrou, também, “a grande revolução da TAP”, que é a nova frota. “Vamos ter 53 novos aviões. Vamos ter aviões médios que vão poder fazer longo curso, o que nos dá condições de chegar a cidades com menor potencial”, explicou, referindo as oportunidades no Brasil, Estados Unidos, em África e no leste europeu.
Fernando Pinto foi um dos intervenientes na primeira sessão de trabalhos desta 8ª edição do SVN. Na sua intervenção, em formato de entrevista, o CEO da TAP afirmou que “hoje já temos quase 90% do caminho feito” e que, em matéria de aprovações, apenas falta a da ANAC e a decisão das negociações com a banca. “Estou confiante. Em breve teremos boas notícias e uma TAP num rumo diferente, com mais força, mais capital, mais condições e novas ideias”, concluiu.