FITUR: Balanço positivo e sinais de que procura alavancará a partir de março

Encerrou mais uma edição da FITUR– Feira de Turismo de Madrid, que decorreu na capital espanhola. A presença portuguesa fez-se sentir mas, mais do que isso, os buyers internacionais voltaram às reuniões, superando, por um lado, as expectativas existentes, por outro, dando sinais de que a partir de março a procura turística para Portugal alavancará.

Para Miguel Cymbron, diretor de vendas e marketing do Vip Hotels, em declarações a Ambitur.pt à margem da feira, “o balanço que faço da FITUR é muito bom, excedeu as minhas expectativas. Uma feira que está fantástica, apesar de não ter a enchente tradicional, e o número de reuniões que tivemos foi muita acima das nossas expectativas”. Questionado relativamente a mudanças concretas verificadas na tradicional agenda de reuniões com parceiros internacionais, o entrevistado indica que “há algumas diferenças relativamente às reuniões que tínhamos antes da pandemia. A primeira é que os DMC do mercado asiático não apareceram, mas sim alguns promotores de vendas. Estamos a falar em mais reuniões com parceiros do mercado espanhol do que era tradicional. Este era um certame com uma grande componente para a América Latina e para a Ásia. Por exemplo, as reuniões com o mercado brasileiro foram todas canceladas. Mas relativamente ao mercado espanhol foi uma área que funcionou muito bem”.

Bruno Matos

Por seu lado, Bruno Matos, diretor comercial da PHC Hotels, indica que esta “foi uma edição muito surpreendente”. O responsável também destaca que a maioria dos mercados emissores longínquos, como os EUA, Canadá e Brasil, não foram tão participativos como se verificou até 2019 na feira, “o que é percetível por toda o contexto que a Europa passa e acima de tudo devido aos requerimentos que têm para voltar aos seus países”. No entanto, o interlocutor destaca que se “nota que parte da tour operação de toda a Europa e acima de tudo os parceiros online estão a querer recuperar mercado”. Nesse sentido, “as nossas reuniões aqui marcadas são mais com operadores e agentes de viagens que trabalham com a Europa, temos um ou outro do Brasil, mas são poucos comparativamente aos anos pré-pandemia”, indica. De acordo com Bruno Matos, “a nível de reuniões, os números não estão muito longe daquelas que habitualmente fazíamos em 2019. Isso significa que as pessoas querem mesmo fazer negócio e trabalhar”. Destaca ainda o entrevistado que “o que vai no ar, com quem tenho falado, apesar de nos podermos voltar a enganar relativamente ao que esta pandemia nos traz, é que à partida, a partir de março/abril, começa a haver pickup e as reservas já nos estão a chegar também, e mesmo de mercados emissores de fora. Esta (as entrevistas foram feitas durante o certame, em Madrid) está a ser uma feira muito boa e acima das expectativas que tinha”.