António Marto está no Fórum Turismo desde 2013 e há pouco mais de três anos assumiu a presidência desta associação com o objetivo de lhe dar um “novo rumo”. Recuando um pouco no tempo, é em 2010 que a Associação Fórum Turismo nasce, pelas mãos de um conjunto de empresários das áreas do turismo e com o objetivo de criar um espaço de abertura para o debate entre os players do setor e a opinião pública sobre as suas mais diversas áreas. Hoje temos uma associação sem fins lucrativos que “trabalha ativamente para interligar o setor do turismo através dos estudantes, profissionais e organizações empresariais e de ensino”.
Mas só três anos depois é que António Marto realiza um estágio curricular nesta associação, para responder à exigência da licenciatura em Gestão Turística. No final do estágio, ficou responsável por iniciativas na área do conhecimento e, após “um longo período de trabalho e dedicação, assumi a presidência da associação com o propósito de lhe dar um novo rumo, com base na maior eficácia, diálogo e estratégia, caminho que continuamos a percorrer”, sublinha à Ambitur.pt.
[blockquote style=”1″]Hoje o Fórum Turismo tem um papel de “catalisador de talento, opinião e, acima de tudo, de inovação”[/blockquote]
Hoje o Fórum Turismo tem um papel de “catalisador de talento, opinião e, acima de tudo, de inovação”, e um posicionamento que tem por base “fazer a diferença pela entrega que damos ao que acreditamos que ainda falta no setor”, explica António Marto.
O responsável admite que a pandemia veio acelerar este processo de inovação e hoje “conseguimos realizar outro tipo de ações que não implementávamos anteriormente”. Exemplo disso mesmo é a mais recente marca do Fórum Turismo – Fórum Consulting – que nasce para responder às necessidades do mercado, fruto das oportunidades reveladas também durante a pandemia. Neste momento, esta marca está a trabalhar com municípios no sentido de definir estratégias turísticas e divulgar ou criar redes território que potenciem o turismo com base em alguns eixos como a cultura, a natureza ou a gastronomia e o vinho.
Tendo em conta que Fórum Turismo é uma entidade que quer ligar universos distintos – profissionais, empresas, estabelecimentos de ensino e outras entidades – o trabalho nesse sentido tem passado por “iniciativas personalizadas que os aproximem colmatando necessidades e desenhando o futuro do setor e a forma como as entidades se irão posicionar”, refere António Marto. Entre 2021 e início de 2022, a associação realizou já um conjunto de ações que lhe mereceram um novo grupo de associados, acrescenta.
Estamos a falar de iniciativas como um roadshow que passou por mais de 40 instituições de ensino nacionais com cursos em turismo, sob o tema “Da proatividade ao sucesso”, um projeto de empreendedorismo com o nome TTL Super Edition onde, juntamente com o Super Bock Group, se angariaram ideias inovadoras e sustentáveis para as áreas da restauração e hotelaria. Outro exemplo foi a viagem à Fitur onde a associação levou cerca de 400 alunos à Feira de Turismo de Madrid. E, para um futuro próximo, diz o presidente do Fórum Turismo, estão a ser desenvolvidas ações como a Bolsa de Empregabilidade em Lisboa e no Porto, e o Encontro Nacional de Estudantes de Turismo (ENETUR) em Seia, entre outras.
Bolsa de Empregabilidade regressa na BTL e ruma ao Porto
A Bolsa de Empregabilidade é um dos projetos âncora do Fórum Turismo. António Marto recorda que surgiu de uma ideia sua quando “ainda na qualidade de estudante universitário à procura de uma oportunidade de trabalho, tentei entrar em contacto com as empresas que estavam a expor na BTL para entregar o meu currículo e não consegui obter respostas sobre as oportunidades existentes”. Já como presidente da associação, apresentou a ideia junto da BTL e teve a oportunidade de lançar a primeira “pedra” do projeto em 2016, conseguindo logo nesse ano um total de 20 empresas e 400 ofertas de emprego, números que foram sempre crescendo até 2019, com a pandemia. Assim, em 2017 a iniciativa contou com 40 empresas e quatro mil ofertas de emprego, sendo que no ano seguinte foram 60 as empresas participantes e 10 mil as ofertas de emprego. Em 2019 ascenderam a 80 empresas e um total de 12 mil ofertas de emprego. Surgiu então a possibilidade de levar, pela primeira vez, a Bolsa de Emprego até ao Brasil no ano de 2021, contando com 12 empresas. E, este ano, na BTL em Lisboa, estão já confirmadas 80 empresas, sendo que também pela primeira vez a iniciativa seguirá rumo ao Porto, onde terá 50 empresas.
No Porto, António Marto garante que “estamos empenhados em conseguir ainda mais empresas a prestar serviço a todos aqueles que procuram uma oportunidade para desenvolver uma atividade profissional”.
No futuro, o responsável não esconde a vontade de alargar a iniciativa a outras regiões do país, talvez com dimensões mais reduzidas: “Vejo facilmente a Bolsa de Empregabilidade a acontecer em outras regiões do país”.
Entretanto, a estreia internacional aconteceu o ano passado, no Brasil, para um novo perfil da Bolsa, um perfil sénior e de direção. E António Marto não duvida: “Acreditamos que podemos crescer muito tendo em conta a dimensão e ainda não existir iniciativas deste género em território brasileiro”. Em termos práticos, conseguiu reunir mais de 15 empresas a contratar, com a participação de multinacionais e a participação de um público profissional que procurava oportunidades qualificadas e diferenciadas.
Expectativas elevadas para 2022
Trabalhando no seio do setor do turismo, António Marto acredita que 2022 será um bom ano no qual “vamos finalmente poder ver a luz ao fundo do túnel”, estando assim com expectativas elevadas. E lembra que embora o turismo tenha sido dos setores mais afetados pela pandemia de Covid-19, a verdade é que também soube demonstrar “resiliência e vontade de inovar”, fatores que considera serem “o mote para a recuperação deste setor vital da nossa economia”.
[blockquote style=”1″]”É preciso estar preparado e utilizar todas as ferramentas para tornar o setor mais forte e mais preparado para lidar com crises, nomeadamente no que toca à formação e à empregabilidade dos recursos humanos”.[/blockquote]
“O turista ganhou tempo para escolher o seu destino de férias, o turista não perdeu o seu poder de compra, o turista ganhou um desejo acumulado de dois anos sem poder viajar”, prossegue o presidente do Fórum Turismo. E está confiante de que “a recuperação vai chegar”, reconhecendo que “é preciso estar preparado e utilizar todas as ferramentas para tornar o setor mais forte e mais preparado para lidar com crises, nomeadamente no que toca à formação e à empregabilidade dos recursos humanos”.