ForwardKeys: Reservas de outono indicam que recuperação pós-pandemia vai continuar

As viagens aéreas para o sudeste europeu superaram os níveis de 2019 nos meses de verão de julho e agosto, segundo o mais recente estudo da ForwardKeys. Os dois principais destinos, Turquia e Grécia, ultrapassaram os níveis pré-pandémicos de chegadas de visitantes internacionais em 9% e 2%, respetivamente. As viagens aéreas para a Albânia (um destino relativamente pequeno com menos de 1% de quota de mercado de chegadas de voos europeus) também subiram 28%. Embora nenhum outro grande destino tenha recuperado os níveis observados em 2019, a Eslovénia (apenas -7%), Islândia (-8%) e Portugal (-10%), aproximaram-se.

A lista de melhores cidades foi liderada por Istambul, que registou um aumento de 2% na chegada de voos. Seguiu-se Atenas (-7%), Reykjavik e Porto (ambos -8%) e Málaga (-13%).

Os principais fatores que contribuíram para o desempenho da Turquia incluem um declínio do valor da lira turca e a sua abertura ao mercado russo, de onde voos diretos para a maior parte da Europa foram proibidos. No verão de 2019, os russos representavam 4% de todas as chegadas à Europa, enquanto que em 2022, se verificou uma forte quebra. A Grécia teve um forte desempenho como destino ao longo da pandemia ao implementaram restrições de viagens relativamente flexíveis.

Uma análise dos mercados de origem revela que dentro da Europa, a Grécia demonstrou ser a mais resiliente, com partidas de destinos europeus em julho e agosto a equipararem os níveis de 2019. Segue-se a Polónia (-9%), Espanha (-12%), Reino Unido (-13%), Dinamarca (-14%) e Portugal (-15%). Globalmente, as partidas intraeuropeias desceram 22%.

O melhor mercado extraeuropeu foram os EUA, apenas 5% abaixo de 2019. Seguido da Colômbia e Israel (ambos -9%), África do Sul (-10%), México (-12%) e Canadá e Kuwait (ambos -13%). Globalmente, os mercados de origem extraeuropeus desceram 31%.

Os destinos europeus poderiam ter atraído mais turistas durante os meses de verão se a indústria da aviação tivesse conseguido lidar melhor com o aumento da procura de viagens no final da primavera e início do verão. Se não tivesse havido perturbações, a ForwardKeys estima que a recuperação das reservas de voos intraeuropeus tivesse ficado cinco pontos percentuais mais elevada.

Embora se fale muito da recessão e da inflação a prejudicarem as perspetivas da recuperação das viagens pós-pandemia, a tendência permanece positiva. Em julho e agosto, as viagens aéreas por toda a Europa estavam 26% inferiores, mas a perspetiva para os três meses seguintes revela que a 31 de agosto, as reservas de voos estavam 21% atrás do mesmo mês de 2019, com as reservas para a Turquia e a Grécia a 20% e 5% acima, respetivamente. Os melhores destinos são encabeçados, neste momento, por Portygal (-3%), Islândia (-7%) e Espanha (-15%).

Os principais mercados de origem são liderados pelo Reino Unido, onde a procura de voos para os próximos três meses está apenas 2% abaixo de igual período antes da pandemia. Segue-se Espanha (-3%), EUA (-5%), Irlanda (-6%) e Alemanha (-11%).

Olivier Ponti, da ForwardKeys, afirma: “A recuperação da pandemia prossegue apesar do caos nas viagens e das reduções de capacidade provocados pela escassez de recursos humanos. Neste momento, as reservas futuras de viagens de lazer revelam uma recuperação continuada nas viagens aéreas, pós-pandemia; e, as reservas de negócios estão a recuperar. Contudo, ainda estamos prudentes relativamente às previsões devido à guerra na Ucrânia e ao consequente impacto nos preços da energia que irão afetar negativamente as economias europeias, o que provavelmente diminuirá a confiança do consumidor e a procura corporativa. Dito isto, existe atualmente uma concentração de reservas de voos durante as férias de outono e Natal, que poderá levar a mais perturbações nos voos se as dificuldades de recrutamento sentidas pela indústria da aviação persistirem”.