Ambitur.pt está a ouvir os Conselheiros Ambitur acerca do futuro da TAP, procurando perceber se ou Governo deve ou não intervir na situação da transportadora aérea, até onde pode ou deve ir essa intervenção e qual será o timing mais indicado para o fazer.
Frédéric Frère, CEO da Travelstore, partilha connosco a sua visão.
Deve ou não o Governo intervir na TAP?
A sobrevivência da TAP é absolutamente crucial dado o papel chave que esta companhia aérea poderá ter no momento do regresso à normalidade em que iremos precisar mais do que nunca de relançar a procura dos visitantes internacionais. Noutros tempos seria defensável deixar o mercado regular-se a si próprio e aceitar que a empresa seja adquirida, por exemplo, por uma companhia aérea internacional. Mas na saída da crise vamos precisar que a TAP seja colocada ao serviço dos interesses estratégicos do país pelo que o Estado Português deveria reunir as condições para a controlar durante um período de tempo alargado. Obviamente existem restrições a nível das normas Europeias a esse respeito mas numa economia “pós guerra”, muitas regras terão que ser revistas.
Até onde pode ou deve ir a intervenção na TAP?
Quanto ao poder não me arrisco a comentar mas sobre até onde deve ir a intervenção na TAP, julgo que se irá tornar necessário o Estado ter capacidade de nomear uma administração que executa as orientações estratégicas que sirvam os interesses da indústria turística nacional (de alguma forma à imagem do que temos visto com algumas companhias do Médio Oriente), incluindo a escolha de um Presidente Executivo da sua confiança. Embora se deva naturalmente procurar que a companhia tenha uma atividade lucrativa, também devemos aceitar que durante os próximos anos, a noção de resultados seja vista sobre o prisma dos indicadores mais macro do setor turístico.
Olhando para todo o contexto, qual será o timing mais indicado?
Julgo que não há tempo a perder porque esses processos não se concretizam de um dia para o outro pelo que o timing mais indicado é pelo menos de se começar a trabalhar já nos cenários possíveis para a TAP.