GEA espreita melhor ano de sempre com um crescimento de negócio que pode superar os 19%

Os números dados a conhecer sobre o agrupamento de agências de viagens são parciais e equivalem a uma consolidação até outubro mas, comparativamente a 2019, antes da pandemia, poderão significar, até dezembro, que este será o melhor ano de sempre para as suas agências de viagens, até porque ainda não sentem qualquer retração de consumo e assistem ao retomar do negócio corporate. Sendo assim, os 120 milhões de euros que significam estas compras representam um crescimento de 19%, face ao conseguido em 2019. Este valor permitirá extrapolar para compras superiores a 360 milhões de euros feitas pelo grupo a todos os seus fornecedores.

Face ao volume de negócios em 2019, antes pandemia, os dados consolidados do Grupo GEA até outubro deste ano indicam um crescimento de 19%, sendo que este número não reflete as novas entradas de agências. “Estamos a comparar os volumes de faturação de todas as nossas agências face aos volumes dessas agências (fossem nossas ou não) de 2019”, indica Paulo Mendes, diretor de Contratação da GEA.

“Estes valores dizem respeito a compras por parte dos associados resultantes de acordos e parcerias que o grupo GEA tem, não corresponderá a uma percentagem sobre o volume de compras total das agências”, indica Pedro Gordon, diretor-geral da GEA. O montante de 120 milhões de euros efetuadas até outubro significam negócios com operadores turísticos (apenas Top 10 de empresas), centrais de reservas hoteleiras (apenas Top 6), cruzeiros e rent-a-cars. Neste volume falta a aviação, produto próprio e vendas de produto fora de parcerias do grupo GEA.

“Esta é só uma parte da produção, não é o total de faturação da GEA, que poderá representar 1/3 do total de compras das agências do grupo GEA. Este valor representa as compras net, não o valor de venda ao público, o valor final”, esclarece Paulo Mendes. Este indicador permitirá extrapolar para compras superiores a 360 milhões de euros feitas pelo grupo a todos os seus fornecedores.

Relativamente a 2023, indica Pedro Gordon que “assistimos a alguma incerteza na economia, com previsão de uma queda de crescimento ou recessão. É provável que o consumo do mercado arrefeça. É provável que o ano de 2023 não seja tão bom como o de 2022, mas não esperamos que seja um ano mau. Ainda não assistimos a uma retração de consumo”. Paulo Mendes alerta também que “todos os destinos que trabalham com o dólar vão ser menos competitivos ao nível do preço para Portugal”. Chama ainda a atenção Pedro Gordon que “assistimos é a uma recuperação do corporate, a partir do segundo semestre, onde notamos um forte crescimento”.

Para além da abordagem aos valores de contratação com os operadores turísticos, os responsáveis também abordaram as compras através de centrais hoteleiras que atingiram até outubro um montante de40 milhões de euros representando um crescimento de 37% face a 2019. “Não conseguimos entender se é devido ao crescimento do corporate ou a um aumento de viagens de lazer ou à questão de haver menos produto por parte dos operadores no mercado”, indica Nuno Tomaz, diretor comercial da GEA.

Outro dos dados fornecidos é que até outubro a GEA tem garantido aos seus associados um rappel de 1,453 milhão de euros a distribuir por agência, dando uma média de 3700 euros (de fornecedores), sendo o objetivo atingir os 4500 euros, no final do ano. Conclui Pedro Gordon que este “será o maior ano de sempre em termos de incentivos atingidos. (Sendo que nos dados anteriores) não estamos a contabilizar os produtos de aviação em termos de produção e de rappel”.

Por Pedro Chenrim, na Convenção da GEA, em Coimbra.