Glamping: O ‘novo luxo’ na Natureza em “crescimento exponencial” em Portugal

A Glamping Advisers e a Neoturis, com o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, organizaram hoje um webinar para dar a conhecer o desenvolvimento e as potencialidades do Glamping em Portugal

Luís Costa (Neoturis) e Lars Schäfer (Glamping Advisers)

Através do Glamping “as casas nas árvores deixam de ser limitadas às crianças e os yurts à Mongólia”, descrevem a Glamping Advisers e a Neoturis, num webinar hoje dedicado ao tema. É no fundo, uma “coleção de lugares únicos que oferecem a possibilidade de viver a Natureza sem as dificuldades de acampar, com maior conforto e estilo.

Lars Schäfer, sócio-gerente da Glamping Advisers, dá conta de que o Glamping trata-se sobretudo de um “turismo de experiências” possibilitadas, desde logo, pela própria estrutura de alojamento que pode ser classificada em três segmentos: tendas, caravanas ou huts & pods (casas de madeira), na Natureza. Uma das suas grandes vantagens é que é possível fixar um Glamping em “todos os terrenos e climas” – terra, árvores, deserto ou neve – pois as suas estruturas são criadas para “aguentar todo o tipo de temperaturas”, desde as mais altas às mais baixas – dotadas de isolamento e aquecimento. Assim, em última instância, o Glamping é “um mundo muito vasto de coisas excêntricas” sugere o responsável.

Glamping responde às tendências da sustentabilidade, autenticidade, wellness e novo luxo

Este é um “segmento em desenvolvimento” e que tem registado um “crescimento exponencial” ao longo dos últimos 10 anos, realça Luís Pedro Carmo Costa, partner na Neoturis. Dados da Google avançam que a pesquisa pelo Glamping, a nível mundial, duplicou entre 2016 – quando a expressão surge no dicionário inglês – e 2019 e ao longo de 2020 a procura duplicou também face ao ano passado, nomeadamente, por parte do turismo doméstico para staycations e escapadinhas. Ou seja, “tudo indica que o crescimento será contínuo” mesmo pós-covid.

Mas o que explica o sucesso do Glamping? Em primeiro lugar, as suas estruturas são por norma “sustentáveis” e sabemos que “o tema da sustentabilidade é cada vez mais relevante”. Depois, pela tendência da procura por “experiências autênticas” e por “viagens wellness” (bem-estar). Também porque a definição de luxo está a mudar, fala-se até num novo luxo, que busca voltar “às raízes” do contacto pleno com a Natureza, refere o responsável.

O Alentejo tem “muito potencial” para o Glamping pela sua “ruralidade”

Sobre o Glamping em Portugal, o partner da Neoturis afirma que já existem “muitos projetos no país entre os quais alguns já com uns anos” como o caso do Pedras Salgadas – Spa & Nature Park. Novos projetos, cada vez mais, têm surgido ao longo do tempo, sobretudo, de pequena dimensão e na costa, apesar de já se notarem alguns no interior, pelo que Luís Costa defende que já existe uma “diversidade interessante em termos de estruturas de glamping existentes no país”.

Contudo, estima-se que o Glamping represente ainda menos de 1% da oferta nacional pelo que “tem muito potencial ainda para crescer”. Em termos de pesquisas no Google, a nível nacional, estas são “bem distribuídas ao longo do ano” e este ano cresceram 285% face ao ano passado. O interesse também “cresceu pelo menos 4x ao longo de 6 anos nos mercados de origem mais importantes para Portugal”. Luís Costa frisa que “há um desejo de voltar à Natureza” e que o Alentejo, pela sua “ruralidade”, tem “muito potencial” para esse fim.

Um “complemento de negócio importante”

Por último, o responsável da Glamping Advisers enumera as “vantagens” do Glamping, nomeadamente, o seu “alto potencial de faturação” pelas suas atrativas tarifas diárias (em média 100 euros por noite), a ocupação alta mesmo em “épocas baixas” capaz de combater a sazonalidade, ser procurado por multi segmentos como os jovens, casais, famílias e até para incentivos e eventos (ex. casamentos). Acrescem as “necessidades de investimento controláveis” – as suas estruturas são de barata construção em comparação com os quartos dos hotéis – e os “custos operacionais reduzidos” por não ser tanto baseado em serviços e ter um baixo consumo energético.

Lars Schäfer atenta que este pode ser um “complemento de negócio importante” em hotéis rurais, adegas como na Quinta da Pacheca, parques de campismo e terrenos agro-florestais, com o intuito de “diversificar as receitas”.  Em termos de marketing, o Glamping é ainda capaz de “aumentar a media awareness, brand awareness e o posicionamento da marca” assim como criar “novos tipos de comunicação e canais de distribuição”.