Global Blue: Turistas brasileiros gastam em média sete vezes mais do valor gasto por um cliente local

De acordo com os dados partilhados à imprensa pela Global Blue, os turistas brasileiros ocupam a 2.ª posição no ranking do Turismo de Compras em Portugal e, nos últimos anos, têm vindo a reforçar a sua posição, com um crescimento sustentado, mas ainda com grandes oportunidades de expansão e de negócio para o retalho nacional. Os mesmos dados referem que “cada turista brasileiro gasta, em média, 311€ nas compras que faz em Portugal”, ou seja, “sete vezes mais do valor gasto por um cliente local”. No mix de compras estão as lojas de roupa e moda, com um gasto médio de 237€, e relógios e jóias, com 1.300€. Estas compras são feitas, sobretudo, na Av. da Liberdade, no El Corte Inglês, na Baixa, no Colombo e no Freeport.

Face à crescente importância estratégica do mercado brasileiro para o turismo nacional e em particular para o turismo de compras, a Global Blue promoveu a “Tax Free Talks” uma iniciativa que tem como finalidade analisar a importância estratégica dos turistas brasileiros e debater o desenvolvimento do turismo de compras em Portugal.  Sabendo que a previsão de crescimento médio anual dos gastos turísticos, até 2021, é de +4,4%, a Global Blue evidencia que “é preciso pensar o futuro e decidir como Portugal quer capitalizar este crescimento”. Vale, também, a pena “equacionar o potencial dos millennials brasileiros, que, além de terem as viagens no seu adn, têm, também, um poder de compra cada vez mais significativo”.

Com a moderação da jornalista da Folha de S. Paulo, Giuliana Miranda, as “Tax Free Talks” dedicadas ao Turista de Compras brasileiro contaram com a presença de Renato Leite, da Global Blue, Bernardo Cardoso, coordenador do mercado brasileiro no Turismo de Portugal, Susana Santos, do El Corte Inglés, e Pedro Miguel Silva, Associate Partner da Deloitte.

Entre os vários pontos em análise, o facto de o segmento de luxo representar, apenas, uma pequena parte das compras Tax Free em Portugal, quando comparado com outras categorias de retalho, mas tem o mais importante crescimento em 2018, com +12.4%. Sendo este um segmento muito procurado pelos turistas brasileiros, que gastaram, em média, € 15.200 nas compras que fazem na Europa e que Portugal está a captar apenas 40% da capacidade de compra desta elite brasileira, fica evidente o potencial que ainda há por explorar.

Para a Global Blue, há, pelo menos, três aspetos em que é preciso trabalhar para atrair a elite brasileira:

  • Lisboa precisa de se posicionar como um “destino de compras” e não apenas uma porta de entrada para a Europa;
  • Precisa de aumentar a oferta de lojas de luxo e de promover o artesanato de luxo.
  • E precisa de adaptar a oferta ao gosto dos international shoppers da elite brasileira e tornar o país num destino de compras essencial na Europa.

Por outro lado, “é preciso incrementar o esforço de divulgação do Tax Free, uma vez que nem todos os brasileiros que visitam Portugal sabem da existência e das vantagens do reembolso do IVA nas compras”, acrescenta.

Renato Leite, Managing director da Global Blue, explica que “estas iniciativas como a que organizámos na Casa da América Latina, em Lisboa, são muito relevantes, porque ajudam a cadeia de valor a pensar estrategicamente o turismo de Compras e são uma oportunidade para sensibilizar as entidades oficiais para a importância deste segmento do turismo nacional”.

Ao longo da sessão, os participantes no painel foram unânimes no facto de o Brasil ser um mercado com um elevado potencial e que é necessário mostrar aos brasileiros como Portugal está diferente e melhor e, também, que Lisboa está ao nível das outras capitais europeias no que ao Turismo de Compras diz respeito.

E apesar de o número de turistas brasileiros que visitam o nosso país ir bater um novo recorde, ao ultrapassar os 1,2 milhões (dados do Turismo de Portugal), os participantes concordaram que é imperioso que o Turismo de Compras ganhe relevância no contexto do Plano Estratégico do Turismo nacional. Na verdade, há um valor agregado a este segmento que é preciso capturar e isso exige que o nosso posicionamento seja de nicho, porque as características do território limitam a nossa capacidade para competir ao nível do turismo de massas, e deve, portanto, procurar maximizar-se o retorno por cada turista que nos vista.