GlobalData: COP26 pode ser um ponto de viragem para o turismo sustentável

A COP26 pode ser um grande ponto de viragem para o papel da sustentabilidade no turismo, segundo afirma a GlobalData. A consultora revela que a indústria do turismo está num processo de recuperação sem precedentes, e com muitas empresas do setor privado a comprometerem-se com ações mais transparentes no sentido de reduzir as emissões, e na próxima década poderemos assistir a resultados mais tangíveis em torno da sustentabilidade.

Num inquérito da GlobalData, 45% das pessoas responderam que o ambiente era o fator mais importante nos fatores ESG (Environmental, Social and Governance).

Para Ralph Hollister, analista da empresa, “esta preocupação crescente do público é refletida pelas Nações Unidas, que espera que as pessoas se comprometam com novas metas ambientais na COP26 e o turismo faz parte da agenda”.

Os novos compromissos ambientais poderão ter mais peso devido à atual posição da indústria do turismo. Estamos perante um processo de recuperação como nunca se viu antes no turismo. As chegadas turísticas internacionais não deverão superar os níveis pré-pandémicos antes de 2024, segundo as previsões da GlobalData.

Hollister prossegue: “Não ter de lidar com níveis elevados de procura turística significa que este é o momento ideal para os setores público e privado fazerem um reset às operações para as tornar mais sustentáveis a nível ambiental, e também melhorar as relações e comunicações entre eles. Ter estes setores a trabalhar em harmonia aumenta as hipóteses dos compromissos de sustentabilidade serem cumpridos no turismo. Quaisquer parcerias público-privadas que sejam constituídas vão ser decisivas para o sucesso da sustentabilidade ambiental no turismo e precisam de ser encaradas como relações comerciais. Para estimular o setor privado, é preciso que seja claro que ambos os lados partilham os riscos, as recompensas e a responsabilidade das iniciativas sustentáveis que forem acordadas”.

A Organização Mundial do Turismo reuniu centenas de players do setor privado de todo o mundo para fazerem o compromisso da Declaração de Glasgow, como parte da COP26. Esta Declaração pretende juntar o setor turístico altamente fragmentado em torno de uma meta envolvente de reduzir para metade as emissões até 2030 e alcançar zero emissões até 2050. Cada signatário irá comprometer-se em entregar um plano de ação climático abrangente, ou um plano atualizado, até 12 meses depois de se ter comprometido.

Para Hollister, “as hipóteses de planos pragmáticos e mais bem concebidos vão aumentar já que as empresas do setor privado tiveram – e terão – tempo para reavaliar de que forma podem funcionar de uma maneira mais sustentável devido à paragem provocada pela pandemia”.