GlobalData: Indústria robótica de serviço vai crescer e transformar o turismo, mas não substituirá os meios humanos

A indústria da robótica de serviço deverá registar uma taxa anual de crescimento composta (CAGR) de 21,5% atingindo os 216 mil milhões de dólares em 2030, impulsionada por investimentos em indústrias viradas para o consumidor, incluindo o turismo. A indústria global robótica de serviço deverá crescer de 70 mil milhões em 2022 para 568 mil milhões de dólares em 2030, segundo afirma a GlobalData.

No seu relatório “Robotics in Travel and Tourism”, a consultora revela que os robôs para o consumidor, robôs de logística, drones e robôs de inspeção, limpeza e manutenção serão os que maior investimento receberão por parte das empresas da cadeia de valor do turismo.

Sara Coop, analista na GlobalData, afirma: “A robótica no turismo foi considerada um gadget no passado, usado logo desde 2015 para experiências com os hóspedes sem melhorar a eficiência para o staff. Mas, à medida que a tecnologia foi melhorando, o investimento começou a aumentar, resultando em robôs para entregas de room service, serviços de limpeza que utilizam luz UV, serviços de inspeção que usam drones, serviços de tradução e serviços ao consumidor para melhorar a eficiência operacional”.

Os robôs ao consumidor e de logística deverão crescer a uma CAGR de 29% e 21%, respetivamente, entre 2020 e 2030, com o desenvolvimento da inteligência robótica e da robótica em cloud, e as frotas de limpeza coordenadas e assistentes de check-in com tradução serão mais comuns e úteis.

Sara Coop acrescenta ainda que “a pandemia de Covid-19 fez com que a higiene se tornasse uma prioridade para os viajantes. Os robôs podem garantir que zonas de elevado risco são constantemente limpas, libertando tempo ao resto da equipa, numa altura em que a indústria de alojamento está a passar por escassez de pessoal. Nos hotéis mais baratos, os robôs podem proporcionar eficiência operacional e melhorar as margens, mantendo os preços dos quartos baixos. Nos hotéis de luxo, os robós podem oferecer uma experiência única ao hóspede”.

A GlobalData dá conta de que alguns hotéis já começaram a investir na robótica em cloud. O Grupo Huazhu Hotels e o Grupo BTG Homeinns Hotels, que detêm 7,04% e 5,49% da quota de mercado global, respetivamente, investiram na Shenzhen ExcelLand Technology, uma plataforma robótica móvel.

Para Sara Coop, “a robótica está a tornar-se cada vez mais uma prioridade estratégica para as empresas turísticas e os registos mostram um aumento das referências a robôs todos os anos”.

Por exemplo, a Thomas Cook Índia está a usar a robótica e a IA para automatizar vários processos manuais, o que, indica, “aumentou a produtividade e diminuiu as despesas”.

O Grupo Huazhu na China já usou robôs inteligentes de IA, os quais, afirma, “podem percorrer todo o hotel para fazer entregas de refeições ligeiras, amenities bem como cumprimentar hóspedes e levá-los aos quartos”.

Sara Coop conclui dizendo que “a inteligência robótica e a robótica em cloud são o futuro e vão impulsionar o investimento na robótica por parte de grandes players do mercado. Os robôs serão capazes de colaborar e aceder a grandes volumes de dados, criando frotas de robôs inteligentes que trabalham coletivamente. Os progressos na IA também melhoram a inteligência robótica, tais como melhorando as capacidades de tradução e o reconhecimento facial”.