O ministro da Economia,Manuel Caldeira Cabral, desafiou, esta tarde, à margem do almoço da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) os hoteleiros presentes a investirem em mais unidades hoteleiras no país. Segundo o ministro, “está a ser feita uma lista de imóveis públicos que são património nacional para investimento hoteleiro”. A ideia é, explica o governante, dar a oportunidade aos portugueses e turistas de desfrutar de espaços de grande importância histórica que estão atualmente a ser mal aproveitados. ”Muito do património está, por razões erradas, fechado aos turistas e queremos abri-lo mais”, afirmou o responsável, dando conta que “o que o governo tenciona fazer é abrir mais o património à visita das pessoas, não só dos turistas, mas também dos portugueses, e valorizar algumas peças de património que estão ao abandono, acolhendo unidades hoteleiras”.
Adiantando que este será um convite feito também a investidores estrangeiros, o ministro da Economia afirmou que o objetivo é “lançar, numa primeira fase, 30 destes edifícios únicos (espalhados em todo o país). Queremos que estes espaços recebam investimento de qualidade com regras”. Não adiantando ainda prazos para os concursos, o ministro afirmou apenas que se pretende “concessionar” estes espaços.
Confrontado com o facto de em cidades como Lisboa já se falar em excesso de oferta, o ministro explicou que ”o que faz sentido é dentro da reabilitação urbana, que é uma das apostas deste governo, incluir também unidades hoteleiras. Não se trata de construir muito mais hotéis, trata-se de valorizar possibilidades de hotelaria ou de outras utilizações turísticas em espaços históricos, utilizando isso como uma forma de reabilitar e melhorar o nosso património e a vida nas nossas cidades”. Manuel Caldeira Cabral acrescenta que “estes hotéis não vão em nenhum caso ter uma enorme capacidade, mas vão ter uma enorme de nos diferenciar e uma enorme capacidade de trazer mais turistas”.
Para o responsável, o património “é um recurso que temos tão valioso como o petróleo, as florestas ou a agricultura e que não estamos a aproveitar o suficiente. É isso que queremos mudar”.
A par com os já anunciados planos para a facilitação do financiamento e capitalização das empresas, das medidas a serem aplicadas no combate à sazonalidade e do investimento na captação de novas rotas para Portugal, Manuel Caldeira Cabral destacou a aposta que o governo pretende fazer na formação. “É claramente uma área em que nos distinguimos do anterior governo. O anterior governo não acreditava na importância da formação profissional neste setor. Alguma das escolas do Turismo de Portugal estavam abandonadas, um pouco sem rumo e sem destino e algumas estavam claramente a fazer um caminho para o encerramento”. Posto isto, o governante garantiu que o governo irá “investir nas escolas”.
Na mesma ocasião, o governante deu conta que, até à data, foram já financiados 66 projetos na área do turismo no âmbito do Portugal 2020.