Governo e CTP olham para a “nova normalidade” com otimismo

O conceito de “normalidade” desapareceu: hoje, fala-se numa “nova normalidade”. Quem o disse foi a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, no 3º Fórum de Turismo Visit Braga, quando questionada sobre a “possível” normalidade turística.

Aquilo que é mais esperado é que, quando os números do turismo forem iguais aos de 2019, o setor já esteja enquadrado no registo da nova normalidade. “Neste momento estamos em suspenso”, diz a governante, referindo que o mais desejado era que a “aceleração fosse mais rápida”.

E o que está a ser feito a esse nível? Rita Marques afirma que há três calendários a serem trabalhados com “o que é possível e com humildade”, a começar pelo calendário da resposta imediata do Governo, quando foi decretado o estado de emergência. O segundo calendário assenta na programação da reativação económica, um momento também denominado de “back to work”, em três ciclos: a 4 de maio com a abertura do comércio de proximidade; a 18 de maio com a reabertura de restaurantes e cafés; e, por fim, a 1 de junho, com a reabertura de lojas em centros comerciais. Nesta senda, Rita Marques dá nota de que já estão a ser identificados alguns apoios e que, ao longo desta semana, “estaremos em condições de operacionalizar, via Turismo de Portugal, incentivos a fundo perdido para que as empresas associadas ao setor possam” manter a segurança de higiene nos seus espaços. Já o terceiro calendário assenta num plano de médio e longo prazo, isto é, todos os instrumentos de natureza financeira e promocional que o Turismo de Portugal tem gerido terão de ser revistos: “Já o estamos a fazer no sentido de estimular o consumo e para que volte em força”.

É certo que a Covid-19 foi causadora de muitas infeções mas há ativos que não foram afetados: “São as nossas praias, as catedrais e a hospitalidade”, que contribuíram, em muito, para o reconhecimento do país como melhor destino do mundo, exemplifica. Além disso, Portugal conquistou com esta pandemia um novo ativo que se relaciona com a forma como foi gerida toda a situação.

Por seu turno, a visão de Francisco Calheiros, presidente da Confederação de Turismo de Portugal (CTP) é clara: “Por mais profunda que seja, esta crise vai passar”. O otimismo deste responsável vai mais longe: “2022 será um ótimo ano”. O dirigente acrescenta que, “até à próxima sexta-feira vamos apresentar ao Governo uma proposta de contributo para as medidas de retoma. Vamos produzir um documento que envolveu todas as nossas associadas e empresários”.

Embora haja questões que terão de ser alteradas, o presidente da CTP acredita que “há turismo que vai voltar a ser o que era”, assim que o problema da vacina esteja resolvido. O city break, o golfe e o sol e mar são exemplos de produto e oferta que se manterão.

Veja aqui o Fórum:

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* O 3º Fórum de Turismo Visit Braga realizou-se na passada sexta-feira, dia 8 de maio, e debruçou-se sobre o tema “Os desafios pós-pandemia no turismo”. Foi uma iniciativa da Câmara Municipal de Braga, em parceria com a Associação Comercial de Braga e o Visit Braga, e teve como moderador Pedro Chenrim, diretor da Ambitur.