GuestReady já gere 51 milhões em alojamento local em Portugal

Apenas um ano depois de ter aterrado em solo português, a GuestReady já atingiu os cerca de 51 milhões de euros (57 milhões de dólares) em propriedades geridas no nosso país, onde tem uma equipa de 30 pessoas, colocando Portugal no top dos mercados com maior crescimento. O sucesso nacional é reflexo de um êxito global como comprovam os números hoje divulgados – o grupo GuestReady alcançou cerca de mil milhões de euros em gestão de propriedades nos vários países onde opera.

A startup PropTech usa o seu software desenvolvido para o imobiliário para permitir que proprietários e investidores imobiliários tomem partido da tendência Airbnb, ao providenciar uma gestão e serviço de hospedagem end-to-end. “Foi a minha experiência na primeira pessoa, enquanto anfitrião do Airbnb, que me inspirou a criar um serviço que simplificasse o processo de aluguer. Comecei a estudar a forma como o software podia ajudar a reduzir o tempo gasto a listar as propriedades em vários sites, a gerir os check-ins e check-outs dos clientes, a limpar e a manter a propriedade, mantendo ao mesmo tempo um serviço cinco estrelas para proprietários e clientes”, sublinha o CEO e co-fundador Alexander Limpert, de 33 anos.

O sistema de gestão de propriedades da empresa ajuda a centralizar e automatizar processos como a organização da logística de serviços prestados, as agendas de pagamentos e as comunicações com os clientes.

Primeiro, fazer a cama

O ambicioso lançamento da GuestReady em 2016 definiu uma trajetória de crescimento ao abrir em seis cidades simultaneamente. “Foi um plano ambicioso que não teria sido possível sem a ótima equipa de empreendedores experientes que me acompanhou. Sabíamos que se queríamos fazer da GuestReady um sucesso, teríamos de pensar em grande”, explica Limpert.

“No início era só eu e a minha namorada a gerir as operações para a GuestReady em Londres. Organizávamos os anúncios, limpávamos os apartamentos, fazíamos as camas, lidávamos com a manutenção das propriedades, respondíamos aos pedidos dos clientes e fazíamos a receção no local, quando chegavam”, explica o presidente executivo. “Em 2016, depois de viver e trabalhar um ano na Ásia, mudei-me para Londres para criar a GuestReady e sinalizámos gestores em Paris, Amesterdão, Singapura, Kuala Lumpur e Hong Kong. Ao abrir operações deliberadamente numa série de cidades, conseguimos testar, aprender, adaptar e escalar a nossa estratégia de mercado”, diz.

Mas nem todos os mercados registaram “o mesmo impacto” e alguns meses depois a GuestReady saía de Amesterdão e Singapura. “Percebemos que a procura pelos nossos serviços nestas cidades era limitada e então decidimos focar os nossos recursos noutros lugares”, conclui.

No último ano, a start-up registou um rápido período de crescimento com o aumento da procura de investidores imobiliários, proprietários de edifícios de habitação e anfitriões sénior. São os últimos que estão a usar estes alugueres de curta duração para encontrar uma alternativa extra ao rendimento para complementar as suas pensões, para pagar contas e para viajar.

Os alugueres de curta duração, em Portugal, são uma forma cada vez mais popular de preencher os períodos em que a propriedade fica vazia: “Para os proprietários é essencial maximizar as receitas das suas propriedades e manter uma rentabilidade interessante. Os alugueres de curta duração ajudam os proprietários a manter um rendimento estável enquanto esperam que se mudem inquilinos de duração mais longa”, explica Vanessa Vizinha, diretora geral da GuestReady em Portugal.

Os números são demonstrativos do crescimento. Para acompanhar o ritmo de procura, a empresa aumentou a sua equipa global, passando de 70 para 150 funcionários em apenas 11 meses. Foi no mesmo período que adquiriu três empresas concorrentes, aumentando a sua força e presença no mercado: com a Oporto City Flats, no Porto, a We Stay in Paris na capital francesa e, ainda, a líder europeia de mercado, a BnbLord.

Mas há mais para juntar às contas: foi em junho que fechou os seus investimentos de Serie A com uma injeção de seis milhões de dólares liderada pelo Impulse VC, o fundo de capital de risco do dono do Chelsea, Roman Abramovich. A GuestReady está atualmente a contratar no Reino Unido, França e Lisboa.