Os Hospitality Education Awards (HEA) serão entregues em setembro, reconhecendo o que melhor se faz na formação de Turismo e Hospitalidade em Portugal. A premiação é uma iniciativa da Associação Fórum Turismo e a Ambitur foi procurar saber um pouco mais.
Em primeira instância, não se podia deixar de perguntar o que são concretamente os HEA e António Marto, presidente da direção da Associação Fórum Turismo, garantiu que o objetivo destes prémios é “contribuir para a dignificação dos profissionais e respetivas profissões e, também, estimular a qualidade formativa, dando resposta às necessidades do mercado”. De forma geral, são reconhecidos os melhores na educação e na formação na área de “Hospitality”.
E qual a importância de reconhecer a formação na área turística? “É uma forma de valorização da profissão de professor e formador”, começa por explicar o responsável, “o profissional de amanhã é um reflexo da qualidade da sua formação de hoje”, frisa, acrescentando que “ao reconhecermos o que de melhor se faz a nível de formação turística estamos a estimular a qualidade formativa pelas boas práticas”.
Os HEA levam sete categorias a concurso: o Melhor Projeto Educacional, o Melhor Projeto de Inovação, a Melhor Carreira de Docente no Ensino Superior, a Melhor Carreira de Docente no Ensino Profissional, o Melhor Stakeholder (onde o fator diferenciador prende-se com a qualidade do programa de estágios internos e a aposta na empregabilidade), o Prémio Fórum Turismo e a Melhor Carreira Jovem.
E na hora da verdade, de escolher os vencedores, prevalecem fatores como o “trabalho feito na qualidade de projetos formativos e de inovação executados e com provas apresentadas, o trabalho feito na qualidade das relações entre instituições de ensino, empresas e entidades, e o valor acrescentando para a área da formação turística”.
Todavia, é preciso analisar o panorama da formação turística e de hospitalidade em Portugal e, segundo os dados do Ministério da Educação, a mesma “teve uma ligeira procura após os anos de 2020 e 2021, naquilo que se consideram as primeiras formações (licenciatura ou cursos de nível profissional)”, mas o mesmo não se refletiu na formação profissionalizante. Mesmo assim, a tendência, segundo os estudos mais recentes, “é que a formação turística venha a repor os níveis de procura existentes até então”, comportamento semelhante ao internacional, dizem dados da UNWTO.
Mas é preciso atrair mais interessados para o setor? As cabeças abanam afirmativamente e António Marto concorda que questões como remuneração e horários “não jogam a favor da atratividade do setor”. Porém, o próprio observa que “os jovens procuram alternativas para a superação desses desafios e o empreendedorismo é uma das práticas que tem vindo a ganhar espaço”.
Para combater estes problemas é necessário “promover um investimento acrescido, mais eficaz e inclusivo na formação e na melhoria de competências, assegurar que as competências são pertinentes para as necessidades do mercado e adequar as aspirações e as competências das pessoas às oportunidades”, considera o presidente da Associação Fórum Turismo. A par disto, revela que uma “melhoria na remuneração salarial” e um “espaço de adaptação do colaborador à profissão e à função” podem ser fatores essenciais para captar mais talento para o Turismo e Hospitalidade.
Os HEA contam também com o apoio do Turismo de Portugal, I.P, a Associação Nacional de Escolas Profissionais (ANESPO), o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e a Rede de Instituições Públicas do Ensino Superior com Cursos na área do Turismo (RIPTUR) e têm a colaboração da Organização Mundial do Turismo.
Por Diana Fonseca