O ano de 2024 arrancou para os hotéis em Portugal com um forte aumento na procura, mais 29% face a 2023 e, neste momento, destacam-se especialmente as reservas de junho a agosto. Os dados do portefólio de clientes da Guestcentric – cerca de 400 hotéis independentes em Portugal – revelam que as reservas diretas continuam a ser a escolha predominante dos viajantes, ultrapassando outros canais como a Booking.com. Esta tendência é acentuada pela elevada taxa de cancelamentos nestas plataformas de terceiros, realçando a resiliência e a preferência pelos sites dos próprios hotéis.
Este ano, o preço médio por noite para estadias entre junho e agosto encontra-se no recorde histórico de 259€. Comparativamente ao ano passado, trata-se de um aumento de 6% no preço médio, e de mais 7% face às reservas futuras. Em termos de mercados, os EUA continuam a liderar na procura de estadias em Portugal, seguido de perto pelo mercado nacional – mais forte este verão do que no ano passado. O Reino Unido, Alemanha e Espanha completam os cinco primeiros mercados.
Todas as principais regiões do país registam aumentos substanciais em estadias e receitas para o verão de 2024, face ao ano anterior. Portugal, no seu todo, verifica além do aumento de 26% nas receitas, um incremento de 20% nas noites reservadas e preços médios 6% acima do mesmo período em 2023. Em termos de regiões, a Madeira destaca-se claramente, com o crescimento nas receitas de 55% face a 2023, seguida pelo Norte, que regista um aumento de 41% e os Açores com 40%. Tanto a Madeira como os Açores verificaram aumentos consideráveis nos seus preços médios, de 19% e 18%, respectivamente.
No atual panorama de mercado das OTAs, a Booking tem perdido quota de mercado face ao canal direto e ao grupo Expedia que registam forte crescimento para o verão em Portugal. Assistimos ainda à recuperação de todo o setor B2B, nomeadamente o GDS, consolidadores e operadores turísticos, com aumentos de 50% face ao mesmo período em 2023.
No entanto, a indústria enfrenta desafios contínuos, tais como um mercado laboral sob pressão e a fraca retenção de trabalhadores. Para ultrapassar estas questões, os hoteleiros intensificam os seus esforços de adoção de tecnologias inovadoras, focadas em quatro áreas chave: melhorar a experiência do cliente, aumentar o envolvimento dos seus colaboradores, tornar as suas operações mais eficientes, e maximizar a sua receita.
Além disso, e uma vez que as reservas diretas continuam a ser a fonte de receita com margens de lucro mais elevadas, os hoteleiros procuram cada vez mais otimizar a tecnologia para maximizar os seus canais de reserva direta. Através de análises avançadas, estratégias digitais personalizadas e uma maior presença de marca, os hotéis podem conhecer e antecipar melhor as necessidades dos hóspedes, personalizar as suas ofertas e, assim, atrair mais reservas diretas.