O turismo continua numa maré positiva e a prová-lo estão novos hotéis que surgem todos os anos para “alimentar” o fluxo de turistas que, cada vez mais, visita o nosso país de norte a sul. As novas unidades que se vão estrear a partir do segundo semestre de 2019 e até 2021 prometem qualidade e um serviço de excelência, apostando num produto moderno e inovador. Outros hotéis apresentam-se com nova imagem e oferta procurando garantir a sua posição num mercado que sabe bem o que quer. Conheça com a Ambitur algumas das novidades hoteleiras previstas para os próximos tempos em Portugal.
Bairro Alto Hotel: O luxo numa das zonas mais nobres da capital
O Bairro Alto Hotel inaugura brevemente, dia 26 de julho, e João Prista Von Bonhorst, diretor geral, apresenta-o como “pioneiro em Portugal do conceito de boutique hotel de luxo”, que vem “devolver a uma das zonas mais nobres da cidade, todo um quarteirão virado para o exterior”.
O investimento é de cerca de 30 milhões de euros com a aquisição de três novos edifícios, a juntar ao já existente, pelos quais se dividem 55 quartos mais amplos e 22 suites. Além disso, o espaço conta com um Wellness & Fitness, quatro salas de reuniões incluindo um auditório e uma galeria de arte.
Uma das maiores apostas do hotel é a “oferta de restauração diferenciada e diferenciadora, onde cada espaço dispõe de uma identidade própria”. O 18.68 é um bar de cocktails e petiscos que serve de homenagem à Associação de Bombeiros Voluntários mais antiga do país “que aqui teve o seu quartel”, conta João Prista Von Bonhorst, e o Mezzanine é um espaço intimista dedicado à comida saudável.
No 5.º piso encontra-se o BAHR, com um balcão de bar para 15 pessoas e um terraço com vista sobre Lisboa, que o diretor descreve de “restaurante disruptivo com alma boémia”, e no 6.º piso o Rooftop do hotel. Finalmente, há também uma Pastelaria “onde deliciaremos quem entrar com pastelaria típica com um twist”.
O responsável afirma que o Bairro Alto Hotel prima por uma “aposta clara” na qualidade dos materiais, muitos deles nacionais e artesanais, e da prestação do serviço “próximo mas não intrusivo” e focado no detalhe.
O hotel de cinco estrelas tem como público-alvo a “classe média-alta e alta, culta, com gosto por viagens e epicurista”, com destaque para o mercado norte-americano e da América do Sul.
Selina: Quatro hotéis em solo português que ligam comunidades
Já o Grupo Selina aposta em quatro novos hotéis em solo português em 2020. O Selina Gerês em janeiro, Selina Peniche em fevereiro, Selina Sintra em março e o Selina Palácio Lisboa em outubro. O investimento nas quatro unidades é superior a 15 milhões de euros.
A marca utiliza a hotelaria como instrumento para “ligar comunidades locais e globais”, através da arte, música, surf e wellness. No entanto, cada unidade difere na forma como liga estas comunidades e por isso dividem-se em cities properties, urban cities properties que representam conceitos mais artísticos e culturais, pretendendo tornar-se hubs de música, cultura e arte, remote locations properties que se situam em pequenas vilas com forte ligação ao surf e, por último, as off the grid properties que estão em locais no meio da natureza envolvendo experiências de wellness.
O Grupo traça também três perfis de clientes: os Nómadas Digitais, o maior segmento, que procuram experiências únicas e ao mesmo tempo espaços ondem podem trabalhar; os Break Takers, que fogem da rotina, desligam-se do mundo e ligam-se às comunidades locais e a outros viajantes; e os Non Stoppers, curiosos e exploradores, para quem viajar é profissão.
Manuel Rito, country sales & marketing manager, diz que “o Selina é uma hotelaria de todos para todos” que só faz sentido com a “coexistência entre locais e viajantes globais” pelo que todos os hotéis são abertos às comunidades através de uma programação cultural e musical diária. Além disso, a mais recente aposta é a combinação de “viajar com trabalhar” que se torna possível com a criação de espaços de cowork e mais zonas comuns, de convívio e multiusos.
The Independente Collective: Depois dos hostels, o primeiro hotel em Lisboa
Depois dos hostels, o The Independente Collective vai inaugurar o seu primeiro hotel no centro de Lisboa, em maio do próximo ano. Inspirado na hospitalidade portuguesa, procura “reinventar um ícone do turismo nacional”, revela o diretor da nova unidade, Guillermo Fernandez.
O objetivo é apresentar um espaço 4 estrelas, num investimento de 1,3 milhões de euros, composto por 50 quartos, “onde locais e viajantes se sintam em casa” e se “juntem para vivenciar um bairro de Lisboa com uma vida muito própria”. Segundo o diretor, a localização do hotel é “irreverente” numa área em grande desenvolvimento na cidade.
O hotel tem um público-alvo diverso, entre os 25 e os 40 anos, “que podem vir tanto em viagem a solo com o objetivo de conhecer outros viajantes ou acompanhados por amigos”. O responsável acredita que “o que nos diferencia é a nossa capacidade de juntar públicos diferentes mas com a mesma paixão por viajar, numa celebração do melhor que uma cidade ou bairro tem para oferecer”.
Guillermo Fernandez defende que “na era digital, a principal tendência em turismo é o analógico”, segundo a experiência que tem tido com os clientes do The Independente Collective: “São digitalmente aptos e conhecedores das últimas tecnologias o que se traduz numa rejeição desses mecanismos num contexto de lazer.” Desta forma, “queremos que quem nos procura encontre um espaço para se sentir parte de algo e que seja recebido de forma calorosa e humana”.
Neya Porto Hotel: A aposta na sustentabilidade na Invicta
A cadeia hoteleira Neya é conhecida pela aposta na sustentabilidade, um caminho que pretende continuar a trilhar agora na Invicta. O Neya Porto Hotel ergue-se, no final deste ano, a partir da recuperação de uma parte das ruínas do Convento Madre Deus de Monchique, classificado Património da Humanidade pela UNESCO, mantendo a traça original e os claustros ajardinados, naquela que foi uma “construção sustentável”, revela Yasmin Bhudarally, administradora do NEYA Lisboa Hotel.
Localizado na zona ribeirinha do Porto, com uma vista de cortar a respiração sobre as margens do Douro em alguns quartos e vista para o jardim e claustro em outros, o Neya Porto Hotel será um “refúgio para a azáfama do dia-a-dia, em pleno centro da cidade, que proporciona ao hóspede uma viagem pela história aliada, promovendo o respeito pelos recursos naturais do nosso planeta”.
O hotel está mais focado no segmento M&I, dada a sua proximidade do maior centro de congressos do Porto, contando com salas de reuniões “multifacetadas, funcionais e elegantes”, com capacidade para 150 pessoas, mas também é ideal para famílias com nove suítes duplex.
Yasmin Bhudarally garante que o Neya Porto Hotel “abre as portas aos hóspedes que pretendem fazer uma estada sustentável sem abdicar do conforto de um quarto de hotel”.
Exemplos do compromisso com a sustentabilidade são a sua política “Plastic Free”, com a separação adequada de resíduos gerados incluindo nos quartos, a utilização de painéis solares térmicos e fotovoltaicos, iluminação 100% LED e ar condicionado de baixo consumo com recurso à água do Rio Douro, assim como a neutralidade carbónica resultante do uso de bicicletas e pontos de carregamento para carros elétricos.
DHM: Um hotel próximo de Évora com um ambiente ecológico
O Hotel Perdiganito irá reabrir, entre março e abril de 2020, pelas mãos do Grupo DHM. A cerca de 20 quilómetros de Évora, “cumpre um bocadinho com o espírito daquela zona e queremos transformá-lo numa espécie de animal farm”, adianta Francisco Moser, diretor geral do DHM.
Os 11 hectares da propriedade, por onde se dispersam 76 unidades de alojamento, oferecem “um conjunto de tributos exteriores que vamos querer destacar” com uma pequena barragem, animais, árvores de fruto e hortas biológicas. Um “ambiente ecológico e de alguma animação para famílias”, define o responsável.
A aposta são, essencialmente, as famílias através de quartos com beliches e áreas de kids mais “generosas”. No entanto, Francisco Moser ressalva que o hotel contará com Spa e salas de reuniões para “combater um bocadinho os dias de semana com esse segmento de mercado”, num investimento aproximado de três milhões de euros.
As inovações que o DHM pretende introduzir no hotel “têm muito a ver com a experiência do hóspede no hotel e fora dele”. O diretor geral observa: “Estamos a apostar muito naquilo que são as experiências locais, que têm muito a ver com as tendências do setor hoteleiro. O hóspede do século XXI procura novas experiências e não só uma boa cama.”
Vila Galé: O primeiro hotel de montanha e a aposta no equestre
A Vila Galé abre dois novos hotéis, Serra da Estrela e Alter do Chão, no primeiro trimestre de 2020. O Vila Galé Serra da Estrela, em Manteigas, será o seu primeiro hotel de montanha, com 91 quartos, num investimento de cerca de nove milhões de euros. Junto a um viveiro de trutas, o hotel terá piscina exterior aquecida, Spa, salão de eventos, um restaurante e um lobby bar.
Além disso, explica Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador da Vila Galé, o grupo venceu a concessão da Coudelaria de Alter do Chão (Portalegre), no âmbito do Revive, e irá recuperar e reconverter o edifício administrativo, a casa de campo e antigas cavalariças e pocilgas, num hotel de quatro estrelas dedicado à temática equestre, totalizando um investimento de 8,5 milhões de euros. Terá 76 quartos, Spa, três piscinas exteriores, biblioteca, enoteca e restaurante de gastronomia regional.
Sonae Capital: Hotel em plena Estação de Santa Apolónia
Num futuro mais longínquo surge, no primeiro semestre de 2021, um hotel que “vive” na Estação Ferroviária de Santa Apolónia, edifício “emblemático” de Lisboa que conta com mais de 150 anos de história e que a Sonae Capital, através da marca S. Hotels, quer dar a conhecer, não fosse sua premissa “criar hotéis que contam histórias”, refere Pedro Capitão, CEO do negócio de Hotelaria da Sonae Capital.
O investimento é de cerca de 12 milhões de euros, para um período de subconcessão de 35 anos, na reabilitação e adaptação das partes Sul e Poente da Estação (9.000 metros quadrados). São 126 quartos e um lobby market que será o ponto central do hotel e das “experiências dos nossos clientes, onde poderão realizar reuniões, tomar as suas refeições, relaxar e conviver”. A Sonae Capital pretende atrair, assim, o segmento de lazer e que “procura a cidade de Lisboa para um citybreak”.
UPI: Hyatt e YOTEL chegam a Portugal
A United Investments Portugal (UIP) estreia no país as reconhecidas marcas Hyatt e YOTEL. O YOTEL Porto, a abrir em dezembro, é o primeiro hotel da marca na Península Ibérica onde a “acessibilidade e tecnologia são chave”, afirma Carlos Leal, diretor geral da UIP.
Num investimento de 30 milhões de euros, a YOTEL é inspirada na luxuosa primeira classe da aviação e alia elementos essenciais dos hotéis de luxo a espaços “inteligentes”, oferecendo um ambiente de comunidade com áreas de co-working, convívio e exercício.
Carlos Leal avança que este é um “conceito tecnológico inovador onde os hóspedes têm a opção de total autonomia e controlo sobre os processos de check-in e check out”, em 147 quartos equipados com SmartBed.
Este é um hotel para “viajantes modernos” que valorizam o destino, a tecnologia de ponta e a acessibilidade: “O facto de ser altamente tecnológico, por si só, já vai ao encontro da sociedade digital que conhecemos nos dias que correm”, defende o responsável.
Já no início de 2021, chega uma das maiores cadeias hoteleiras do mundo, a Hyatt. Localizado em Belém, o Hyatt Regency Lisboa (um cinco estrelas superior) “combina a componente residencial e hoteleira”, com quartos de hotel e apartamentos de luxo. São cerca de 200 unidades de alojamento com tipologias entre T0 e T3.
Trata-se de um edifício, com quatro pisos, em forma de U. O hotel terá acesso pedonal direto para a zona ribeirinha, além da vista para o Tejo, através de uma ponte. “É uma zona bastante tranquila onde o bem-estar é privilegiado, um autêntico oásis na capital”, argumenta Carlos Leal. O projeto inclui a renovação da praça do Centro de Congressos de Lisboa e a construção de um jardim público, com um investimento total de 70 milhões de euros.
Novos Hotéis
– Julho: Bairro Alto Hotel, Lisboa
– Final 2019: Neya Porto Hotel
– Dezembro 2019: YOTEL Porto (UIP)
– Janeiro 2020: Selina Gerês
– Fevereiro 2020: Selina Peniche
– Março 2020: Selina Sintra
– Março/Abril 2020: Hotel Perdiganito, Évora (DHM)
– 1º trimestre 2020: Vila Galé Serra da Estrela e Hotel Vila Galé na Coudelaria Alter do Chão
– Maio 2020: Hotel The Independente Collective em Lisboa
– Outubro 2020: Selina Palácio Lisboa
– Início 2021: Hyatt Regency Lisboa (UPI)
– 1º semestre 2021: Hotel na Estação de Santa Apolónia, Lisboa (S. Hotels, Sonae)