Hotelaria no Algarve com perspetivas de reservas acima de 2019 para a Páscoa e verão

As expectativas da hotelaria algarvia para a Páscoa são “positivas” e a ocupação deve superar níveis prévios aos registados antes da pandemia de covid-19, estimou hoje o presidente da principal associação hoteleira do Algarve, Hélder Martins. Segundo disse à Lusa o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), “as perspetivas de reservas, quer para a Páscoa, quer para o verão, estão acima das de 2019, e com um crescimento do preço, ou seja, sem recorrer a baixas de preço”.

[blockquote style=”1″]”as perspetivas de reservas, quer para a Páscoa, quer para o verão, estão acima das de 2019, e com um crescimento do preço, ou seja, sem recorrer a baixas de preço”[/blockquote]

O presidente da AHETA afastou a ideia “habitualmente passada” de que a região “está cheia” de turistas nesta altura do ano, afirmando que “o Algarve está longe de estar cheio na Páscoa” e que conta com uma “capacidade de alojamento grande” para o período de 15 a 17 de abril que ainda pode ser utilizada. “Está com ocupações previstas acima de 2019, mas com grande capacidade ainda para acolher aqueles que quiserem cá vir”, salientou, escusando-se a avançar números relativos à ocupação esperada para o fim de semana da Páscoa nos hotéis e empreendimentos algarvios.

“A pergunta que temos feito é como estão a coisas para os próximos tempos? Não pedimos que nos digam se estão cinco ou 10% acima. Agora, quando os dados estão acima dos de 2019, na mesma altura do ano, é significativo, porque, de então para cá, foi tudo a descer. Portanto, o pensamento continua a ser positivo”, afirmou.

Eleito em janeiro como presidente da AHETA – substituindo no cargo Elidérico Viegas, que presidia à associação desde a sua fundação, em 1995 -, Hélder Martins sublinhou que estas perspetivas são “transversais em relação às várias categorias” e “não são só uma coisa que se verifique nas [unidades de] cinco estrelas ou de três estrelas”.

Questionado sobre uma maior prevalência de algum dos principais mercados emissores de turistas na procura pela região naquele período, Hélder Martins respondeu que a tendência é semelhante, embora reconhecendo a importância do turismo nacional e espanhol para o turismo algarvio nesta época do ano. “Todos os mercados estão a reagir bem e não se pode dizer que haja apenas um mercado a disparar e os outros a baixar. Estão todos a reagir mais ou menos de forma idêntica”, assegurou, frisando que a recuperação de ligações aéreas para a região, depois das restrições motivadas pela pandemia, também contribui para uma possível melhoria face a 2019.

O dirigente da associação empresarial algarvia afastou ainda, de momento, qualquer influência negativa na procura pela região motivada pela guerra na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro com a entrada em território ucraniano de forças militares da Rússia, que cercam atualmente várias cidades, incluindo a capital Kiev. “Até ao momento não sentimos isso, mas, obviamente, é uma situação a ter em conta, porque pode piorar de um momento para o outro. Mas neste momento não cremos que haja sentimento de medo de viajar nem nada disso”, afirmou. Na opinião de Hélder Martins, o facto de o conflito ser no leste europeu “pode ajudar a motivar pessoas a escolher destinos no sul da Europa, em detrimento de outros”, com “maior proximidade” à Ucrânia, como a Turquia ou destinos asiáticos.